domingo, 20 de janeiro de 2013

Aquela foto

Foi traída pela tecnologia. Sem querer, abriu uma foto que evitava olhar há algum tempo. Mas apareceu e ela não conseguiu fugir.

Ela não sabe dizer se a sensação foi boa ou ruim. Ficou algum tempo parada, sem conseguir desviar os olhos... 5, 10, 15 minutos? Não sabe ao certo. Mas durante todo o tempo procurou os detalhes, tentou resgatar a emoção que sentia no momento daquela foto, tentou trazer de volta um sentimento qualquer, alguma coisa que justificasse aquele sorriso, aquele amor. Não conseguiu. Aquela não era mais ela, nem aquele era a pessoa com quem ela passou alguns anos de sua vida. Quem seriam, então? Ela não sabia.

Ela não via mais a pessoa por quem havia se apaixonado, não via mais aquele amor, não entendia como, porque, nem de que forma tinha conseguido passar tanto tempo assim com ele. Aquele era outro, um outro completamente oposto ao que ela amou. Um homem como quase todos os outros, e não a pessoa cheia de virtudes que ela enxergava antes.

Seria possível ter ficado tanto tempo cega? Ou será que as pessoas simplesmente podem mudar tanto em questão de dias? Acreditava mesmo na cegueira.

Mas achou melhor não se perguntar mais nada, nem tentar entender. Porque junto com tanta estranheza veio um alívio. Um alívio enorme por não encontrar mais aquele amor, nem um mísero sinal dele. Por conseguir olhar para a foto e simplesmente pensar que aquilo não pertence mais a ela, nem ela quer que pertença. Por ter se dado conta de que ela jamais teria vivido sua vida como queria se ele continuasse ao seu lado.

 

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