sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

São Paulo, such a beautiful disease

Confesso que não foi amor à primeira vista... nem à segunda, nem à terceira. A cidade me assustava. Aqueles prédios altos, aquele mundo de carros, o barulho intenso, a chuva que não parava nunca. Eu, tão acostumada com a minha Bras-ilha, me sentia pequena, encurralada em meio àquilo tudo. São Paulo não me recebia bem, fazia cara feia para mim. E não adiantava tentarem me comprar com um número incontável de atrações culturais, restaurantes bons e lugares interessantes para visitar: a única coisa que eu enxergava era um quadro frio e cinzento.

A cidade vista do estádio Pacaembu
Como as coisas mudaram, não sei dizer direito. Talvez mudança tenha começado em um dia ensolarado no Parque Villa-Lobos, assistindo a um show da Diana Krall, com um amigo muito querido. Ou talvez tenha sido com a mudança de outros amigos amados para a cidade, o que me rendeu boas viagens, com programas deliciosos e muita diversão. Quem sabe a mudança não tenha vindo quando percebi que o sol também sabia brilhar ali, que a cidade passou a me receber com muito carinho e que as cores insistem em aparecer em meio a tanto cinza.

Não importa como tudo começou: São Paulo é uma cidade linda. Linda de um jeito diferente. Não uma beleza comum, fácil. É algo mais complexo do que isso. Uma beleza difícil de enxergar, mas quando enxergamos não conseguimos mais vê-la outro jeito. Uma cidade de opções e caminhos tão distintos que é fácil se perder, mas de oportunidades incomparáveis.

Minha Bras-ilha tem um lugar cativo no coração, aqui é minha casa. Mas São Paulo me conquistou de uma maneira irreversível.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Veríssimo, gênio II

O primeiro dia

Luis Fernando Veríssimo, em Histórias Brasileiras de Verão

No Brasil, como se sabe, o verdadeiro primeiro de janeiro é a quarta-feira de cinzas – à tarde. É o dia nacional do recomeço solene, quando milhões de pessoas em todo país colocam a mão sobre uma agenda nova e juram dizer a verdade, fazer o bem e somente o bem, organizar suas estantes, procurar seus amigos, parar de fumar, beber menos, comer melhor, visitar a tia Cleoci e pelo menos se esforçar para entender a teoria quântica, já que a econômica é impossível. Enfim, começar uma nova vida. Da capo. Do zero. É o primeiro dia da volta ao Paraíso antes da serpente original. Descontada a ressaca, somos os adãos e as evas da segunda chance, prontos para reinaugurar o mundo. Isto se chama chão e isto parede, aquilo lá fora sol e isto na minha mão comprimido antiácido, ou será o contrário? Depende da nossa vontade e somente dela. O futuro é uma folha pautada esperando a primeira anotação do ano, que tanto pode ser “Dentista” na sexta quanto “Deus, levar questionário” no sábado. Dia de contrição e onipotência. A virtude nos envolve como um halo e somos outros, somos decididamente outros, e certamente melhore. Uma sensação que geralmente perdura até quinta, quando vamos ao banco ver o saldo da conta.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Escrever é difícil

Eu sempre senti uma tremenda dificuldade de começar um texto. Na escola, muitas vezes, eu escrevia primeiro o miolo das redações para só depois escrever o começo. Não sei porque, mas acho extremamente complicado encontrar uma introdução que cative o leitor desde o início.

Como se não bastasse, também sou extremamente crítica com meus textos. Por isso, tive que desenvolver uma técnica de leitura dinâmica para correções. Assim, posso passar o olho bem rapidamente no que escrevi e sair corrigindo os erros, sem desistir do texto todo. No fundo, sei que toda essa crítica e rigor tem muito a ver com o meu perfeccionismo e minha cobrança comigo mesma.


Por isso, decidi evitar ao máximo ler meus textos antigos no blog. Por mais que eu goste deles na hora que escrevo, uma semana depois já acho uma porcaria. Percebi que se eu começar a me preocupar com isso, vou acabar abandonando este blog também, como já fiz com outros.


O blog, então, vai me servir como uma terapia. Vou ter que lidar com o que penso e escrevo, gostando ou não. Terei que aprender a me suportar, suportar minhas críticas, minhas rebugices e meus sentimentalismos. Terei que aguentar meus erros de concordância, meus problemas de coerência e minhas deslizadas gramaticais.

No fim, vou ter que aprender a lidar comigo mesma, a conviver com a minha presença, com as minhas opiniões. Entender que ninguém é perfeito, muito menos eu.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Veríssimo, gênio I

Guia do Carnaval

Luis Fernando Veríssimo, em Histórias Brasileiras de Verão

O turista que chega para assistir ao nosso Carnaval pode ter alguma dificuldade em entender o que está vendo e ouvindo nas ruas, nos bailes, nas transmissões de TV etc. e perderá muito do significado da nossa maior festa popular. Por isto preparei um pequeno guia para sua orientação e um glossário com as principais palavras e frases que ele ouvirá durante sua estada.

Para começar, o que é Carnaval?

Bem, o Carnaval (pronuncia-se car-nah-val) já existia na Europa quando o Brasil foi descoberto, só que com roupa. Ele veio ans caravelas portuguesas junto com o nosso descobridor, Pedro Álvares Cabral. (pey-dro al-va-rays ca-brawl), e aqui incorporou elementos nativos como bateria, baianas, bicheiros, cambistas e, claro, a principal, contribuição do Novo Mundo ao rito milenar, a miçanga (miss-ang-ah). No calendário cristão, como se sabe, o Carnaval é a festa do “adeus à carne”  que precede a Quaresma. No Brasil é a mesma coisa, só que a gente dá adeus à carne mas ela não vai embora.

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Quanto dura o Carnaval? O Carnaval é um tríodo de cinco dias: sexta, sábado, domingo, segunda e terça; Tem uma vez por ano, menos na Bahia, onde o atual Carnaval é o de 1948, que ainda não terminou.

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Eis algumas expressões que você, turista, ouvirá durante os folguedos (fowl-gay-dos).

“Oba” (oh-bah) – Palavra de origem nativa. Ouvida pela primeira vez quando os tupinambás viram seu primeiro europeu, quem em seguida comeram. Desde então, ficou como manifestação prazerosa da expectativa de comer alguém ou alguma coisa, mesmo hipoteticamente (he-po-tay-etc.).

“Epa” (eh-pah) – O oposto de “oba”. Usada por quem ouve um “oba” e se apressa a esclarecer que não pode ser com ele.

“Evoé!” – “Oba!” em Juiz de Fora.

“Ai!” – Expressão de dor. Como “ouch”  em inglês, “ai-o” em italiano, “merde” em frencês e “grossenwienerzschzipel” em alemão.

“Ui!” – Expressão dúbia (doo-bia). Tanto pode ser de dor como de alguém cuja espinha dorsal está sendo riscada sugestivamente com um picolé. De qualquer maneira, mantenha-se à distância.

“É um assalto!” – Significa que você está sendo assaltado, por um meliante (may-lee-anti) ou por um político. Dá para distinguir o político porque, antes, ele pede o seu voto.

“Light” – Escuro.

“Polícia!” – Termo de retórica, com pouca utilidade real.

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E aqui está um pequeno dicionário com frases práticas que poderão ser úteis ao turista no Carnaval, caso ele se perca do guia.

Where is the american (ou italian, ou french, etc.) consulate?” – Estou apertado. Deve ter sido o angu. Onde tem um toalete por aqui?

How much?” – Quanto?

WHAT?!” – Tá doido!

No, I do not want to hold your ganzá” – Manera, pô.

Help!” – Ziriguidum (see-ree-gui-doom)!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Precisamos falar sobre Kevin e a maternidade

A primeira coisa que me chamou atenção no livro, quando eu ainda era vendedora na Livraria Cultura, foi sua capa. Uma mistura entre grotesco e supreendente, mostra um adolescente com a cabeça de um bicho.

Resolvi, então, em um dos raros momentos em que a livraria estava vazia, dar uma rápida lida na sinopse. Eva escreve cartas para seu marido, Franklin, revivendo várias fases da vida dos dois, antes e depois de Kevin, seu filho, nascer. Acontece que Eva nunca quis ser mãe de verdade e Kevin a rejeitou desde o momento em que nasceu. A relação entre os dois era extremamente complicada e Franklin, o pai, tentava de tudo para botar panos quentes na situação. Às vésperas de completar 16 anos, maioridade penal em alguns estados norte-americanos, Kevin matou sete de seus colegas de escola, uma professora e um servente.


Lionel Shriver, a autora, faz uma pesquisa apurada sobre chacinas praticadas em escolas por adolescente norte-americanos, citando vários casos e nomes. A descrição psicológica dos personagens é tão intensa e detalhada que procurei mais de uma vez no Google para ver se a história relamente não era real. O entrelaçamento da história com alguns momentos políticos dos EUA, e a crítica ácida à sociedade norte-americana, ajudam a dar um toque verídico ao caso.

O livro é tenso desde o início. Acostumados que somos a escutar falar da maternidade como um momento lindo, único e idealizado, ver uma mãe dizer que nunca sentiu nada pelo seu filho desde o momento que ele nasceu causa grande desconforto. Ao longo da história, esse desconforto transforma-se em uma espécie de terror pelas atitudes de Kevin, que começam bobas e aparentemente inocentes, até transformarem-se em uma chacina. Por fim, fica um sentimento de medo misturado com compaixão pela mãe desnaturada e seu filho ingrato.

O que mais me marcou na leitura é a realidade com que os fatos e os sentimentos dos personagens são contados. Eva sente-se mal por não amar seu filho, por querer desaparecer do mapa quando ele começava a chorar, por desejar que ele tivesse algum tipo de deficiência que despertasse alguma compaixão dentro dela, algum sentimento de mãe. Eva é só um retrato do que muitas mães devem passar sem ter coragem de contar para ninguém. Nós, mulheres, somos criadas para acreditar na maternidade como um momento mágico, mas ninguém nos ensina a enfrentar todas as privações a que seremos submetidas, todos os problemas e percalços no caminho. Ninguém nos conta que, muitas vezes, o amor não é instantâneo, que a conexão com nosso filho pode não surgir na hora e que, sim, talvez tenhamos que contar com a ajuda de um profissional para aprender a amá-lo. Pior, ninguém nos diz que isso é normal e não há nada de errado em pedir ajuda. Como se não bastasse o peso de ser responsável pela vida e o bem-estar de outro ser humano, colocam-nos o peso de amar incondicionalmente, aconteça o que acontecer, e nos condenam caso não sejamos capaz disso.

Sou suspeita para falar, acho que quero ser mãe desde os 10 anos de idade. No entanto, a tempos procuro ser mais realista com toda essa fantasia que criam em cima da maternidade. Deve ser maravilhoso, concordo, mas deve ser muito difícil também. E acho importante saber de todas as dificuldades, de todos os problemas que existem, até para podermos embarcar nessa jornada de forma mais consciente.


Terminei o livro triste, a história é muito pesada, e ao mesmo tempo aliviada pelas conclusões que Eva conseguiu chegar ao escrever suas cartas. Uma pena que essas conclusões tenham vindo tarde demais para não destruir sua vida. Felizmente, nunca é tarde para reconstruir.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Faltam 40 dias

Meu caro amigo Chico, cinco anos se passaram daquele que eu achava ter sido o dia mais feliz da minha vida. Lembro-me bem de você tímido, com seu violão e seus lindos olhos verdes, no Centro de Convenções de Brasília. Com meus 22 anos, foi o primeiro show seu que pude ir e, juro, achei que seria o último. Por isso mesmo, fiquei seis horas na fila para conseguir o ingresso. Valeu a pena, ah, como valeu!

Amigo Chico, você certamente não sabe, mas me conquistou há muitos anos... antes mesmo que eu nascesse. Meu nome, Ana Carolina, foi uma mistura de tradição de família com a sua menina dos olhos tristes que guardavam tanta dor. Desde esse dia, nunca mais ficamos longe um do outro. Com João e Maria, lembro-me de festinhas na escola nas quais nos fantasiávamos e cantávamos para orgulho dos nossos pais. Com Valsinha, minha falecida e amada avó me vem à memória. Acho que ela não tinha muita ideia do quanto sua voz era linda. Com O que será que será passei minha adolescência, época em que acreditamos que poderemos mudar todos os males do mundo. Com Eu te amo, vivi meus amores e chorei minhas decepções. Hoje, sonho com o dia em que terei mina Nina e minha Beatriz para amá-las incondicionalmente.

É Chico, você, o homem que todas as mulheres do Brasil aceitam dividir, também é parte inesquecível de mim. Seus versos contam a história da minha vida. E, por isso, quero acrescentar mais uma página a este livro, mais um momento em que eu e você estaremos, novamente, frente a frente. E eu poderei dizer, ali de longe, sem você nem me notar, o quanto agradeço por seus conselhos.

Meu caro amigo Chico, te vejo em breve.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Brasília e o funcionalismo público

Outro dia entrei em umas divagações no Facebook a respeito de Brasília e a cultura do funcionário público.

Minha cidade, como qualquer boa capital federal, é composta, sobretudo, por funcionários públicos (em sua maioria federais, claro). A cidade quase não tem grandes empresas, indústrias e, exceto alguns pólos como a cidade de Taguatinga, pouca vocação para o comércio. Isso resultou na formação de uma cultura do funcionalismo público que funciona quase como uma religião.

A minha geração cresceu ouvindo dos pais que bom mesmo é trabalhar para o governo. E olha que, pelo menos na minha família, a questão não era nem o salário nem as facilidades da vida de um servidor público, mas sim a maldita da estabilidade. Aliás, um conceito absurdo que vai contra qualquer noção de eficiência, eficácia e efetividade do Direito Administrativo.

A maldita 

Essa tal dessa estabilidade pressupõe que, pelo menos aqui no Brasil, um servidor público só seja demitido se Jesus voltar pra terra e ordenar. Sem exageros, é quase isso mesmo. É necessário que a pessoa faça muita, mas muita besteira para ser demitido e, mesmo assim, ainda vai passar por um processo administrativo que demora anos. Enquanto isso, continua não fazendo nada ou, até mesmo, não indo trabalhar, e seu salário entrando na conta todo mês.

E assim a máquina estatal brasileira está sendo construída. Só que, de uns anos pra cá, temos mais agravantes nisso tudo: os salários alarmantes, principalmente nos poderes Legislativo e Judiciário. Quem tem um amigo que mora em Brasília com certeza já sabe que o novo concurso do Senado tem vagas para Nível Superior com o salário de 24 mil reais e para Nível Médio com o salário de 13 mil reais. E todo mundo acha isso normal. NORMAL! Eu queria saber qual outro país oferece um salário absurdo desse pra ser técnico de gráfica...

Não discordo de que alguns cargos não só merecem receber muito, como devem ter estabilidade. Dependendo da função, da responsabilidade e do sigilo, a estabilidade em um cargo é essencial. Mas é a minoria dos cargos públicos que se aplicam nesse caso!

A cultura

E o resultado de todos esses absurdos é a formação de uma cidade sem vocação. Copiando um desabafo da minha prima Dany, "em Brasília, as pessoas estão em geral estudando pra concurso público e dando um 'corridão' no parque no fim de semana. (...) Uma cidade precisa de outras possibilidades pra pulsar!". Fato irônico para uma cidade formada por pioneiros e pessoas empreendedoras e de visão, vindas de todas as partes do país.

O fato é que, aqui, somos criados desde pequenos acreditando que só o funcionalismo público salva e que, se não tivermos a tal da estabilidade, vamos passar fome, não ter onde morar, perder o emprego e morar debaixo da ponte, ou coisa pior. E acaba que não conseguimos enxergar que grande parte das pessoas no Brasil e no mundo não são funcionários públicos, não tem estabilidade e vivem muito bem, obrigada. 

A maioria das pessoas não tem como objetivo de vida ganhar 20 mil reais aos 25 anos porque, muitas vezes, prefere ganhar pouco e correr atrás de um sonho, de um ideal, ou simplesmente sabe que sua carreira será muito mais valorizada se os degraus forem alcançados aos poucos. Também não quer comprar sua cobertura de 4 quartos, piscinas e etc. com 28 anos anos, porque quer conhecer o mundo e nâo pretende se prender a um lugar só a vida inteira. Só que em Brasília isso é improvável de acontecer, porque a cultura é estudar para entrar em um cargo que te pague 24 mil reais por mês, mesmo que você não suporte suas funções. "Pelo menos minha vida está garantida". E muitos trabalham 11 meses do ano para viver durante os 30 dias de férias.

Não estou aqui desdenhando o serviço público. Eu mesmo fiquei quase três anos nessa paranoia, achando que minha vida dependia de passar em um bom concurso. Quando percebi que não conseguia ter essa mentalidade "concurseira", que precisava ver algum propósito no que faço, independente de ser nobre ou não, desisti de tudo. Perdia muito tempo indo para a biblioteca, tentando estudar coisas que me torravam a paciência enquanto minha cabeça estava, na verdade, em outro lugar.

A minha crítica é para quem deixa de viver para ser estável e receber um salário astrônomico e irreal. Que acha tranquilo trabalhar numa coisa que não gosta, fazer um trabalho porco e receber bem, sem nem botar a mão na consciência e pensar que esse dinheiro que está recebendo vem do imposto pago pela grande parte dos empregados que trabalham pesado e não ganham nem 10% do que essas pessoas ganham.

 O futuro

Não é que não devemos pensar em nosso futuro e em nossa velhice. Mas essa geração brasiliense está dando importância demais para um futuro que talvez não exista. Não que eu ache que o mundo acabará agora em 2012, só acredito que aos 60 anos não poderemos nos aposentar porque a lei terá mudado para 70, 80 quem sabe. E aí? Teremos passado esses anos esperando para aproveitar o fim da nossa vida, só?

Como disse uma amiga esses dias, "a beleza das coisas está em mudar mesmo, e não serem para sempre". Então por que tanta preocupação com a estabilidade? Por que não assumir que a instabilidade faz parte do processo, da vida mesmo? Por que abrir mãos de sonhos, ideais, vontades para viver em um mundo irreal e, muitas vezes, insatisfatório?

Desculpem-me os amigos funcionários públicos e, mais ainda, aqueles que trabalham para o governo e são apaixonados por isso. Mas me entristece ver Brasília se transformar naquilo que o Brasil sempre dnos acusou e nós nunca admitíamos: uma cidade que vive do governo, e não para o governo.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Curtinhas

“Tenho que escolher o que detesto – ou o sonho, que a minha inteligência odeia, ou a ação, que a minha sensibilidade repugna; Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum; mas, como hei de, em certa ocasião, ou sonhar ou agir, misturo uma coisa com outra.”

Fernando Pessoa (ele de novo!)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Amar é punk

Há um tempo esse video foi muito compartilhado nas redes sociais. Encontrei o link aqui e quis compartilhar novamente, porque o acho fofo e o texto é muito sincero.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Saudade, esse bichinho danado.

Parafraseando Adoniran Barbosa: A saudade é um bichinho que prá roer tá sozinho. E como rói a bandida. Parece rato em queijo parmesão.

Só quem já sentiu uma saudade de fazer o coração explodir que entende o quanto a danada incomoda. Fica ali, o dia inteiro, no peito e na cabeça. Trazendo recordações de momentos bons e até dos momentos ruins. Fazendo a gente se lembrar de tudo que aconteceu e do quanto queremos mais.

É uma bandida mesmo, nos rouba nosso sossego, nossa paz e nos faz querer cometer insanidades. Nos tira da zona de conforto, do lugar comum, e nos levar a fazer coisas que nunca imaginamos que seríamos capazes.

Esse bichinho insistente, que nos faz querer estar perto quando longe e mais perto quando perto, é um mal sem cura. Pode até diminuir, mas não some. Além de tudo, é epidêmico. Até hoje não conheci alguém que não tenha sido capturado por ele.

Saudade, bichinha safada. Você me faz ter mais coragem e faz minha vida ter mais sentido.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tenho muito medo de corujas

Medo, eu disse? Acho que seria melhor dizer pânico... As corujas, para mim, são simplesmente ASSUSTADORAS. E o pior é que elas me perseguem.

Já começa pelo fato de que perto do meu prédio tem dois ninhos de coruja. E as mamães e papais corujas ficam dia e noite paradas, feito sentinelas, de olho nos seus filhotinhos. E todas... assim, TODAS as vezes que eu vou passear com o Tom (meu cachorro filho), ele acha de correr para o meio das malditas.

Olha, eu já sentei, conversei com ele, disse que eu tenho pavor e que qualquer dia vou enfartar e ele terá que achar sozinho o caminho de casa. Mas não adianta, ele me disse que gosta de viver emoções fortes. E meu pobre coraçãozinho que aguente.

Enquanto isso, toda vez que passo perto dos ninhos, não consigo nem olhar para o lados, dá até um aperto no estômago. E qualquer barulho minimamente parecido com aquele grito estridente e assustador que elas fazem, eu corro igual uma maluca, sem rumo.

Definitivamente, quem inventou a coruja não tinha coração.