sexta-feira, 28 de março de 2014

Desamor

Difícil admitir, mas não existe justiça. Os outros fazem o que bem entendem e quem sofre somos nós. Eles estarão vivendo em seu mundo paralelo e fantasioso, onde é sempre primavera e tudo está tão vivo. E nós ficaremos na nossa existência sem cor, sem cheiro, com dor. Essa dor do não amor.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Queria uma vida

Basta uma cerveja a poucos metros do computador para você descobrir que ele colocou seu quadro na parede, e lembra quanto significado a ilustração tinha pra você. Percebe que ele segue o mesmo roteiro, as mesmas viagens, seja por falta de criatividade, seja pelo esforço imenso para substituir todas as suas lembranças. Vê que ele repete as fotos, as frases, os gestos. E que ela repete os poemas, as roupas, o corte de cabelo. E você, onde fica? 


segunda-feira, 24 de março de 2014

Domingo

O domingo é implacável, não dá folga aos corações partidos. 
Segunda, não, segunda é dia de dieta nova, ir para a academia, se matricular naquela aula de culinária, fazer promessas de um novo amor. Segunda é um eterno réveillon.

Mas domingo, ah, o domingo, é dia de ferida aberta, de pronto socorro amoroso, de filme água com açúcar na TV e balada sertaneja no som. O eterno dia da saudade, da dor de cotovelo. É o dia mundial da panela de brigadeiro, a quarta-feira de cinzas semanal.

Domingo é o dia de travar batalha contra o celular, de pedir colo para a melhor amiga, de detonar um pote de sorvete em meia hora. É dia de compor uma música, pintar o quadro ou escrever um texto para o blog. 

Domingo é dia de sentir muito ou sentir por não sentir nada. Dia de brigar com o espelho, de por qualquer (não) sentimento em xeque. Ah, coração leviano, ainda vai sofrer em dobro por tanto desamor...


domingo, 23 de março de 2014

quinta-feira, 13 de março de 2014

Gente doida

É porque as pessoas sempre admiram dinheiro e poder. Aqueles caras que ganharam o primeiro milhão antes dos 30, ou a executiva forte e decidida, que, tão nova, já é diretora. Sua mãe fala do filho da amiga que comprou um apartamento em duas mil suaves prestações, ou a prima de décimo quinto grau que passou num concurso que paga vinte mil reais por seis horas de trabalho diário.

Mas a gente nem pode sonhar em dizer que nada disso nos atrai, né? Inveja, desleixo, você precisa tomar rumo na vida. Não dá pra continuar assim.

Assim... Feliz com meu cantinho de 33 metros quadrados? Satisfeita com meu emprego que me dá a dose ideal de responsabilidade e tempo livre que eu preciso? Relativamente bem por poder viajar, que é o que eu mais gosto nessa vida? Com tempo suficiente pra dançar, correr, malhar e estudar literatura inglesa? E tudo isso sem perder um fio sequer do meu cabelo.

Também não dá pra sair por aí contando que o que faz meus olhos brilharem é a amiga que larga tudo para ficar um ano viajando pela Ásia, ou o amigo que todas as suas posses cabem numa mochila, e sua maior preocupação é aprender a culinária típica de algum país, onde ele trabalha enquanto explora outras culturas.

Ai de mim se disser que, melhor que casar e ter filhos (pelo menos nos próximos anos), preferia largar tudo e viver com menos se isso me permitisse tirar anos sabáticos de tempos em tempos. Vai ficar en-ca-lha-da (porque mulher não fica solteira, encalha).

Provavelmente eu sou uma maluca, irresponsável mesmo, porque prefiro o menos para ter mais. Porque gosto de gente livre. Porque estou me lixando para o que pensam de mim, ou das minhas atitudes, faço o que me faz feliz.

Better half

As minhas lembranças são cheias de você. Minhas gargalhadas são cheias das suas, minhas lágrimas são cheias do seu colo, minhas aventuras são cheias dos seus sorrisos. 

Você esteve perto mesmo quando estava longe. Mas agora te vejo indo e fico paralisada, sem saber o que fazer. Não consigo me mover, me sinto incapaz de te alcançar. 

Esse silêncio entre nós é ensurdecedor. 

Não vá, é só o que peço. Você é uma das melhores partes de mim.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Apaixonou-se

​Sensações. Era cheia delas. Às vezes, acreditava que mais do que a média das pessoas. Cheiros, gostos, sons. Bastavam algumas notas musicais para que ele voltasse a habitar seus pensamentos. Salivava com aquele gosto parecido com a rosquinha de nata da avó. Emocionava-se com o cheiro da sua sala de aula no jardim. Chorava com fotos, se arrepiava com qualquer carinho sincero. Apaixonou-se por uma música. Seu coração, tão frio ultimamente, só disparava ao escutar aquelas palavras. Sua respiração mudava, as pernas bambeavam. ELa revivia um sentimento que não acreditava mais que pudesse sentir.


segunda-feira, 10 de março de 2014

Abismo

Só queria encontrar a ponte para atravessar esse abismo que se formou entre a gente. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Te vejo sufocando

 Meu coração parou. Parou. Conforme eu lia aquelas palavras, letra por letra, não tinha mais certeza se elas não eram mesmo minhas. A sua vaidade me matava. Me mata ainda, dia após dia, todas as milhares de vezes que meu coração revisita tudo aquilo. O seu medo me corrói por dentro. Toda a sua perfeição me adoece. Seus vagos "eu te amo". Seus julgamentos cruéis e todo esse circo armado para parecer infalível, inatingível e inalcançável. Eu te vejo sufocando. Tentei te salvar inúmeras vezes dessas águas profundas que você se jogou desde sei lá quando. Mas você sempre preferiu mergulhar mais fundo, ainda que só falasse sobre a claridade e as cores das águas rasas. Não se engane, ainda te vejo aqui perto. Te vejo com a minha alma. Poderia ter dito que te vejo com todo o meu amor, mas as palavras não me saem mais. Amor virou apenas um conto, uma historinha de filmes bobos. Amor virou passado. Prefiro falar em generosidade. Ou não falar em sentimentos, apenas em alguma energia que ainda me liga a você. Que escuta seu pedido de socorro sufocado, calado, silencioso. Que sabe que uma hora você não vai dar conta, nem que seja no último suspiro de sua velhice.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Quarta-feira de cinzas

Queria mesmo era fazer da sua vida um eterno Carnaval. Ao invés da roupa social, poderia escolher todo dia uma fantasia para viver. Ao invés de maquiagem, encheria o rosto de purpurina de manhã. Não daria bom dia, daria abraços e jogaria confetes e serpentina em quem passasse. Seus passos seguiriam o ritmo das marchinhas preferida. Seu coração amaria e desamaria em questão de minutos, ou segundos. Inventaria paixões e viveria uma saudade por dia. Distribuiria sorrisos e notas musicais. De sete em sete dias, deitaria com as pernas pra cima pra descansar as cinzas. No dia seguinte, começaria tudo novamente.


terça-feira, 4 de março de 2014

segunda-feira, 3 de março de 2014

A luz apaga porque já raiou o dia



Não era sobre o Carnaval, nem sobre essa cidade maravilhosa que sempre aquece seu coração. Era sobre a vida, ou melhor, o jeito que ela aprendeu a levar sua vida. Porque nem essa festa, nem a cidade seriam tão coloridos se ela não tivesse maquiado sua alma e vestido seu coração com a fantasia mais bonita em encontrou na gaveta de bons sentimentos.

Saiu assim pelo blocos, flutuando, vestida de amor. E era tanto, mas tanto, que não faltava pra ninguém. Seu coração está transbordando.