Foi um ano de grandes momentos e pequenas viagens. Copa, eleições. Rio, São Paulo, BH, Belém, Macapá. Nenhum grande evento, mas eventos memoráveis.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Que venha 2015!
Foi um ano de grandes momentos e pequenas viagens. Copa, eleições. Rio, São Paulo, BH, Belém, Macapá. Nenhum grande evento, mas eventos memoráveis.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Estamos todas mortas
Quando você assobia na rua, me chama de gostosa e de princesa, você me mata por dentro.
Nas vezes que você grita comigo em casa, levanta a mão, ameaça me empurrar, você me mata por dentro.
Quando você me exibe feito um troféu para seus amigos, mas me humilha dentro de casa, você me mata por dentro.
Aquelas vezes que você insinuou que meus amigos são meus amantes e que eu já passei na mão de toda a cidade, você me matou por dentro.
Quando você aplaude quem diz que mulher precisa se vestir corretamente, não pode falar palavrão, deve sentar de pernas fechadas, você me mata por dentro.
Todas as vezes que você diz para os amigos que não gosta de mulher rodada e que mulher tem que se dar ao respeito, você me mata por dentro.
As suas risadas quando o médico disse que você deveria comprar uma arma para cuidar da filha que vai nascer, ou quando seu sogro falou que mulher se cria na rédea curta, me mataram por dentro.
Aquelas suas insinuações de que mulheres são inimigas entre si, são rivais, me mataram por dentro.
Seu sarcasmo diante de uma mulher com mais poder e dinheiro do que você me matam por dentro.
O dia que você saiu de casa porque eu disse que o corpo é meu e faço dele o que eu quiser, me matou por dentro.
A sua postagem no Facebook dizendo que mulher que não se comporta merece ser estuprada também me matou por dentro.
Quando você me chama de feminazi e mal amada, me mata por dentro.
Por sua causa, estou morta por dentro. Sua mãe, suas irmãs, suas tias e suas amigas também.
O amor é injusto
domingo, 14 de dezembro de 2014
desejos
Pediria que você
Chegasse
Quisesse
Virasse
Brincasse
Me desse
Sorrisse
Chorasse
Beijasse
Trouxesse
Ficasse
Me amasse.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Minha estrada
Mas continuo tropeçando. Tropeço nas mesmas expectativas, nós mesmos medos, nas mesmas angústias. Tropeço na insegurança, na impaciência. Tropeço até no ego. Tropeço nas feridas que, vira e mexe, abrem-se novamente. Tropeço no meu orgulho e nas minhas decepções.
Percorri grande parte do caminho acompanhada. Às vezes percebo que me escorei para conseguir caminhar. Confesso, foi doloroso aprender a andar só. É sempre difícil estar só. Escutar o eco de nossa própria voz, de nossos próprios pensamentos. Percorrer labirintos que ignoramos por tanto tempo, acessar o poço mais profundo dos nossos sentimentos. Só.
No entanto, o ser humano se acostuma com tudo, inclusive com a solidão. Aprende a fazer dela uma companheira de viagem, uma parceira. Aprende a tirar dela os melhores conselhos e as piores tentações. Aprende a conviver em paz e a sentir falta dela. Até perceber que a solidão também vicia.
Estou parada aqui, olhando para os lados. Nem sinal de vida. Não me lembro mais como é caminhar de mãos dadas, descansar abraçada, conversar pelo caminho. A minha estrada é deserta. Vez ou outra esbarro em algum andarilho, todos muito ocupados com suas andanças para me dar atenção. De repente, alguém ensaia mudar de rumo, me acompanhar. Ou sou eu que quero acreditar nisso quando, na verdade, o que querem mesmo é uma breve companhia para aliviar a solidão. No fim, eu continuo caminhando só.
Se eu sofro? Não sei dizer. A solidão virou mais que uma companheira, virou um lema. Cada adeus que precsio dar aperta no peito, mas passa logo. Só as lembranças ficam. Dor mesmo, nem sei mais se sou capaz de sentir. Amor tão pouco. Tudo me parece um pouco igual: sem cor, sem esperança, sem gosto.
Tenho, pelo menos, meu caminho a seguir. Não sei onde vou chegar e se um dia vou chegar. Mas enquanto eu tiver estrada para caminhar, prefiro fazer de cabeça erguida. Mesmo que minhas mãos só alcancem minha solidão.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Sobre paixões
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Encantador de sorrisos
s.m. 1. Aquele que arranca risadas tímidas, sorrisos largos e gargalhadas barulhentas durante todo o tempo que está perto de você.
O encantador de sorrisos profissional sorri com os olhos, com o corpo, com as mãos. Sorri até quando não sorri, quando o assunto é sério.
Ele enche os dias de alegria e de leveza. De uma vontade incontrolável de estar junto sempre: no almoço, no cinema, nas noites frias de edredom e seriado, no café da manhã às duas horas da tarde.
Pode ser mal entendido, às vezes, pela magia seu poder hipnotizante e seu poder de cura. Mas tem um coração tão grande que transborda. O maior perigo que oferece é encher nosso estômago de borboletas e elas não quererem mais sair de lá.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Exposta
Não deixava muito espaço para pensar em sua vida. De dia mergulhada no trabalho, de noite em seus livros, seriados e projetos pessoais. Até lavar a louça era motivo para ocupar a cabeça com o CD da recém lançada banda do ex-vocalista da sua ex banda favorita.
Parar para pensar a obrigaria a admitir seu apego, sua fraqueza, sua entrega. Preferia fugir com sua máscara de mulher forte e independente. Pensar era admitir seus medos e reconhecer que sua vida amorosa era um ciclo de abandonos e expectativas frustradas. Era admitir que dentro dessa armadura que ela decidiu vestir havia uma ferida exposta e incurável.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Amor é abandono
Amor é abandono, viu escrito no muro. Ou imaginou que viu. Ou aquelas palavras estavam impregnadas no seu inconsciente e resolveram dar o ar da graça. Não importa. O fato é que a frase fazia um sentido muito maior do que ela gostaria.
Amor é abandono. E desde sempre tem sido assim. Dos amores familiares aos amores românticos, ou ela abandonava ou era abandonada. O pai, a avó, a mãe, a melhor amiga, o primeiro namorado, o último namorado, a última paixão. Estava sempre em situações potenciais de abandono. O abandono físico ou o abandono emocional.
Era nesse padrão que depositava suas expectativas. Mais do que querer quem não a queria, ficava atrás de quem não tem disposição física, emocional ou espiritual para acompanhá-la. De pessoas egoísta e mesquinhas a espíritos inquietos que, depois de conquistá-la, iriam atrás de seus sonhos deixando seu coração cheio de saudades. Ou pessoas que simplesmente não a aceitavam seu jeito de ser e era ela que decidia abandonar.
Amor é abandono, ela repetia. Todos os dias. Na tentativa de se encontrar naquelas três palavras. É, mas não deveria ser. É, mas ela não queria que fosse. Amar não deveria ser a arte do encontro? Abandono é desencontro.
Amar é desencontro. E ela não se encontrava nisso. Por vezes, sentia-se incapaz de amar. Duvidava de seu passado e de suas histórias. Minimizava seu sentimentos, seus investimentos, sua dedicação. Acreditava mesmo que não haveria encontro possível dali para frente.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Ninguém vive de contar histórias...
- Contadora de histórias, respondi.
- Mas ninguém vive de contar histórias.
- Não, eu vivo para contar histórias.
Conto histórias nos meus textos, nas minhas fotos, na minhas tatuagens.
Conto histórias nos quadros da minha parede, nas almofadas do meu sofá.
Conto histórias enquanto tomo banho, enquanto cozinho, na lista de compras.
Eu conto histórias quando falo e quando calo.
Conto histórias no meu trabalho e nos cartões que escrevo para os amigos.
Conto muitas histórias nos presentes e carinhos que ofereço,
Conto histórias enquanto sonho, enquanto caminho e enquanto sigo minha vida.
Conto as histórias que apertam meu coração.
Conto histórias reais, fictícias,virtuais e físicas.
Eu conto as histórias que vejo e as histórias que sinto.
Conto as histórias que não saem da minha cabeça, desesperadas para baterem perna pelo mundo.
Eu conto histórias da minha vida. Mesmo quando é uma vida inventada.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Mais um adeus
Eu gosto do seu colo, do seu carinho, do seu abraço, da sua risada. Gosto da sua a sinceridade, da sua doçura e desse jeito estabanado que nos contamina quando estamos perto.
Eu gosto do jeito que você mexe no cabelo, da maneira como você sorri facilmente e de ver seus olhos brilharem sempre antes de uma nova aventura. Gosto do jeito que você segura a caneca com as duas mãos quando bebe o leite com Toddy antes de dormir, das nossas crises de riso de madrugada, da sua facilidade em sair sempre linda de casa.
Eu gosto das nossas fotos, das nossas viagens, das nossas lembranças. Gosto das nossas histórias e de saber o que você quer me dizer só no olhar.
Gosto de te ter por perto, mesmo que distante. De saber que você está a um toque de telefone e que seu colo sempre terá espaço pra mim. Mas eu também gosto de te ter longe e saber que você está atrás dos seus sonhos.
Eu gosto de te ver feliz, de sentir sua voz animada e seu coração agitado. Gosto de ver essa paixão pelo novo que você carrega aí dentro.
Eu definitivamente não gosto de te dizer adeus, essa é a parte mais difícil. Nem dessa dificuldade toda que sinto em colocar o que eu levo no peito pra fora. Não gosto de te ver ir com essa sensação de que a volta não será tão em breve, mesmo sabendo que uma hora isso aconteceria. Não gosto de olhar para esse abismo aberto entre nós e ter medo de que ele não feche mais.
Eu gosto de poder olhar nos seus olhos e dizer: eu te amo. Amo esse amor sincero e insistente que só irmãos de alma podem ter.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Tempo
domingo, 7 de setembro de 2014
Preciso de você
Hoje foi difícil segurar as lágrimas. Senti seu abraço, seu cheiro, seus beijos. Senti aquelas cócegas no pescoço quando você o beijava ou falava bem baixinho no meu ouvido. Senti suas mãos na minha cintura, seu calor no meu corpo.
Hoje te quis ao meu lado mais do que qualquer outra pessoa. Quis escutar sua voz, segurar sua mão. Quis seu sorriso, seu colo, sua alegria. Quis essa presença que me deixa tão em paz.
Hoje eu quis que o rosto que estava ao meu lado quando acordei fosse o seu. E que o beijo de bom dia viesse da sua boca. Quis ter perdido a hora simplesmente por não conseguir sair daquele nosso emaranhado de pernas, braços e vontades.
Hoje eu quis que aqueles braços fossem seus, que o colo fosse seu, os carinhos fossem seus. Quis que a presença fosse sua e as palavras saíssem da sua boca.
Hoje eu queria que essas lágrimas fossem simplesmente de saudade e não de tristeza.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Heartbreaker
Eu não queria saber da família dele,
Eu não queria juntar minha vida em outra.
Não, não estava tudo bem.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
A-pesar
Assim que terminei de ler o relato, agradeci por esse final nada feliz. Menos por não acreditar em finais felizes e mais por duvidar de qualquer relação perfeita.
Podemos gostar das mesmas músicas, mas eu vou continuar brigando para escutar Hanson no lugar daquela banda de metal que só você conhece. Podemos dançar no mesmo passo, mas teremos que revezar entre o meu bolero e o seu forró. Podemos ter o senso de humor parecido, mas você vai continuar não entendendo minhas ironias e eu me irritando com as suas piadas sem graça. Podemos gostar dos mesmos programas, mas vamos ter que negociar entre ir pra balada gay, sentar num bar pra beber um chopp ou simplesmente ficar em casa vendo filme. Você pode gostar de cozinhar e eu só de comer, mas às vezes você não vai querer cozinhar e eu vou ter que dar o braço a torcer, mesmo depois de um dia cansativo. Ou podemos simplesmente não concordar em nada.
Provavelmente nossas vidas seguirão algum desses roteiros. Algumas vezes faremos essas concessões de bom grado, outras depois de quase decretar a terceira guerra mundial. Algumas vezes cederemos com sorriso no rosto, outras com um bico para Pato Donald nenhum botar defeito. Podemos não nos importar, muitas vezes, mas outras tantas vamos chorar, esbravejar, bater o pé.
sábado, 23 de agosto de 2014
Deixa pra mais tarde
Não respondeu. Assim como não falou sobre o incômodo de nunca sentí-lo entregue a ela quando estavam em público, como acontecia entre quatro paredes. Estava sempre só, com a sensação de precisar pedir carinho e atenção. E há tempo havia desistido de lidar com quem tinha dificuldade para ser espontâneo em seu afeto.
O sol entrava pela janela, batia na persiana e desenhava listras de luz por todo o quarto. Os dois comentavam como sempre era tão gostoso aquele emaranhado de pernas e braços, a respiração sincronizada e o calor dos corpos juntos. O dia estava lá fora, sol quente e céu azul, e eles se recusavam a levantar: só mais cinco minutinhos. Ele fazia questão de dizer como as listras ficavam bonitas no corpo dela. Ela sorria, sentia-se realmente bonita com ele. Os cinco minutos viravam uma hora. Ao menos ali, naquele ninho, nada havia mudado.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Eu sou vadia
Eu não me declaro feminista pelo simples fato de ter muitas amigas feministas realmente engajadas, que estudam e vão para a rua lutar pelos nossos direitos. Elas sim são feministas, estão colocando a cara a tapa para um bem que atingirá todas nós. Mas posso me incluir na categoria de altamente simpatizante com as lutas e questões feministas.
E, por isso, me contorço com o tanto de bobagem que escuto por aí. "Sou contra machismo e feminismo, defendo o igualitarismo", escutei esses dias. A afirmação já chega tomando como certo que o feminismo quer que as mulheres tenham mais direitos que os homens. O que nós queremos é receber o mesmo salário que os homens quando exercermos os mesmos cargos; andar na rua de shorts curtos com a mesmo liberdade que os homens andam sem camisa; ser presidentes, Prêmio Nobel, Oscar, tetracampeãs mundiais em qualquer esporte, e não só a garota bumbum ou a Miss Brasil; ter o direito sobre o nosso corpo, escolher se vamos ou não levar uma gravidez adiante, como queremos nosso parto, com quem nos deitamos ou deixamos de nos deitar.
A questão principal está na grande diferença entre o machismo e o feminismo: enquanto o primeiro oprime, o segundo liberta. Só que muitas pessoas ainda ignoram isso. Outro dia fiz um post no Facebook reclamando do quanto é horrível escutar cantadas todas as vezes que resolvo deixar meu carro em casa e andar a pé. Eu sabia que teria apoio e comentários positivos da maior parte das mulheres da minha rede, mas não esperava ter que lidar com comentários masculinos do tipo: "quem mandou ser bonita?". Isso não é um elogio, é só uma comprovação de que o machismo está grudado na nossa cultura a ponto de alguns não perceberem que esse comportamento só reforça a minha reclamação. A forma como essas cantadas geralmente são proferidas é quase sempre lasciva, assustadora e extremamente opressora. E nós sabemos muito bem como é horrível sentir um frio na espinha, abaixar a cabeça e aumentar o passo para sair o mais rápido possível dali.
Mas ainda há aqueles que usam o argumento de que isso faz parte da natureza masculina e a mulher deve se preservar. Não, isso não faz parte da natureza masculina. Isso é construído na nossa sociedade: conforme os meninos crescem, vão sendo ensinados a não controlar seus instintos, a mexer com as mulheres na rua, a achar que têm direito sobre o corpo da mulher. E nós ficamos vulneráveis, a mercê desse comportamento ameaçador.
Quando falamos de questões feministas, precisamos ter em mente as marcas históricas que nós, mulheres, sofremos: assédio sexual, moral, psicológico; abusos, estupros e outros tipos de violência; restrições, proibições e julgamentos; falta de direitos e de liberdade. A meu ver, é simplesmente impossível ignorar tudo, desvalorizar o feminismo e fingir que não vivemos em uma sociedade extremamente machista.
A idade média acabou, está na hora de parar de achar que feministas são bruxas, comem criancinhas, querem destruir os homens. Queremos um mundo igualitário para homens e mulheres. Que possamos ser santas na sociedade e putas na cama. Ou putas na sociedade e santas na cama. Que possamos ser vadias, mães de família, executivas de sucesso, donas de casa, solteiras, casadas, enroladas, lésbicas, bissexuais, transexuais, heterossexuais, brancas, negras, amarelas, gordas, magras, altas, baixas, vaidosas, desleixadas ou qualquer coisas que quisermos ser, na hora que acharmos melhor. É a nossa vida, são os nossos direitos.
Para quem quiser saber um pouco mais e não correr o risco de sair falando bobagens por aí, indico dois links:
- Feminismo para homens, um curso rápido.
- FAQ Feminista.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Aos meus 30 anos
Não plantei uma árvore, não tive um filho, nem escrevi um livro. Muito menos ganhei meu primeiro milhão antes dos 30. Também não casei, não encontrei o amor da minha vida ou a minha alma gêmea e até aprendi que eles não existem. Não tenho uma carreira de sucesso, não fiz o mestrado que sempre quis e nem viajei o tanto que desejava. Não fiz nada para mudar o mundo, nem para mudar minha vizinhança, não tenho investimentos, nem um pé de meia para o futuro.
Nesse momento de reflexão que antecede qualquer aniversário, pelo menos os meus, cheguei a me sentir mal por não estar me lamentando por esse meu fracasso aparente. Mas não estou. Definitivamente, não correspondi a nenhuma expectativa dos meus pais, família, amigos e nem mesmo as minhas. Falhei em uma porção de coisas e várias vezes. E me sinto incrivelmente bem por isso.
O que essas três décadas me trouxeram não foi uma vida de revista, de propaganda de margarina. Foi, sobretudo, uma paz interior enorme. Foi maturidade, autoestima, calma e sabedoria suficientes para entender que tudo na vida tem seu tempo e o meu tempo nunca será igual ao de outras pessoas.
Sinto-me aliviada quando penso que desde a minha adolescência não passo por um momento tão bom como este. Com muitas dúvidas, mas sem angústias. Com muitos sonhos, mas sem desespero. Muito mais dona de mim, sabendo o que eu quero, o que eu gosto. Tendo consciência e responsabilidade sobre todas as minhas ações. Sem preocupações desnecessárias com o que os outros pensam de mim. Entendendo que meu corpo não é o mais o de 15 anos atrás, mas que eu o conheço bem melhor e me sinto muito mais bonita e segura do que naquela época. Tendo muita clareza do que eu sou capaz e confiança no que eu faço, tanto na vida pessoal, quanto na profissional.
Ainda quero fazer o meu mestrado, morar fora, ter filhos, encontrar alguém que me faça feliz (para sempre ou por uns dias, tanto faz), viajar bastante, ser reconhecida como profissional. Ainda quero fazer diferença no mundo, ou na vida de algumas pessoas, ou de uma pessoa só, ajudar a reverter um cenário ruim, como eu desejo desde pequena. No entanto, hoje eu tenho planos, não angústias. Aprendi que tenho vontade, capacidade e coragem para fazer tudo isso, ou simplesmente para mudar de vida a hora que eu quiser.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Todas as declarações de amor são ridículas
Lembra-se de chegar na sala de aula, ainda criança, e ter um ursinho com uma mensagem de amor em sua carteira. Ou do amiguinho que pedia para os pais ligarem para sua mãe levá-la para brincarem juntos, e ele não conseguia nem falar direito quando ela chegava.
Os bilhetinhos na escola viraram cartas, poemas, flores, quadros, canções, viagens. Difícil pensar em alguma declaração de amor que não havia recebido. Em tempos de internet, nem e-mails haviam escapado. E ainda se surpreendia ao receber mensagens de pessoas que pouco ou nada a conheciam e nutriam uma admiração por ela que nem a própria entendia. Guardava tudo com muito carinho e uma certa desconfiança.
Declarações de amor pouco ou nada significavam para a garota. Diga o nome de sua banda preferida, ou a cor que mais gosta. Cite três filmes que emocionaram, ou três músicas que a fazem arrepiar. Acerte seu prato favorito, ou a leve para uma viagem inesquecível. Ria de seu sarcasmo e a faça rir com bobagens. Entenda o tanto que ela pode ser sensível e um pouco bruta. Veja como ela gosta de cuidar e ser cuidada. Coloque-a no colo, nos braços ou a jogue na cama. Mas não envie flores antes de enxergar tudo isso. Ela odeia rosas vermelhas. Ela detesta poesia rimada.
Tudo isso a enche de tédio. Ela quer aventura, prazer, movimento. Ou simplesmente alguém que a enxergue.
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
E o meu coração se deixou levar
Meu amor, dizia, não deixe que seu coração seja feito de bobo.
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Mas ele foi...
"Fica mais um pouco, não deixe que tudo isso acabe". Ela dizia com os olhos.
Ele a abraçava como se fosse o último abraço de suas vidas, e foi. Ela chorava como se fossem suas últimas lágrimas, e foi. "Você é a mulher da minha vida, eu mereço sofrer pelo que fiz". Ela queria dizer que não, não merece. Merecem ficar juntos como sempre foi. Merecem seguir os planos que traçaram dias antes e, de repente, sumiram como névoa. Desejava que ele não fosse. Mas ele foi.
Não sem olhar para trás. Não sem voltar e prometer que ficariam juntos. Não sem jurar mais algumas vezes que era o amor da sua vida. Enquanto isso, ela estava sem vida, sem alma. As lágrimas escorriam já por costume, sem nenhuma expressão.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Despedidas
ele se vira, precisa ir.
e nós perdemos tanto tempo com bobagens.
Como não ter mais o colo quando eu precisar,
a risada quando eu quiser.
Com quem eu vou comer a panela de brigadeiro,
ou rir de coisa boba por uma tarde inteira sem cansar?
mas longe, bem longe daqui.
Quer ganhar o mundo, conquistar pessoas.
Viver.
E vai levar embora todo o encanto,
todo esse bem estar que nos toma por completo.
Vai levar as brincadeiras, as piadas,
a animação que contagia.
A única coisa que vai deixar é saudade.
Vai levar um pedacinho desse amor com ela,
um pedacinho que ainda nem existe, mas já dá saudade,
já pesa no coração,
já faz a gente juntar as economias pra ir também.
Vai levar as melhores lembranças da infância,
o parentesco fake que não poderia ser mais verdadeiro.
E eu continuo aqui, sentada nessa sala de embarque
tentando decidir o que vou fazer com esse coração tão espalhado
mundo afora.
terça-feira, 29 de julho de 2014
Tudo o que eu quero
eu achava que não conseguia,
eu achava que nem existia.
Mas aí eu quis.
Quis viver, quis sentir.
Aceitei o sorriso, o carinho,
aceitei as semelhanças e as diferenças.
Aceitei aquelas borboletas que me faziam faltam,
e aquela sensação gostosa e inexplicável.
Depois de tudo, você me pergunta o que eu quero:
quero aquela preguiça na cama no dia seguinte,
me esconder do frio debaixo da manta
e enroscar minhas pernas nas suas.
Quero fazer cafuné até você dormir
e acordar sem conseguir me mexer com seu abraço apertado.
Quero posar para as tuas fotos,
e rir de qualquer uma das suas piadas sem graça.
Quero achar lindo você odiar pimenta
tanto quanto eu odeio,
e amar carnaval
tanto quanto eu amo.
Mas eu também quero o que você não consegue me dar
Uma mensagem de bom dia
e uma ligação de boa noite.
Um convite para o cinema.
Aquela festa com todos os seus amigos,
ou a balada com todos os meus amigos.
A vontade de ficar mais uns minutos, mais umas horas,
mais uns dias, ou uns meses.
Um trilha sonora.
Jantar miojo a luz de velas.
Ou apenas ouvir você dizer
"Como eu gosto de você".
segunda-feira, 28 de julho de 2014
2014
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 27 de julho de 2014
Infinita
E que amores surjam.
Ainda que a vida cuide
E a felicidade venha
Essa saudade nunca tem fim.
Nunca haverá colo igual, sorriso igual, amor igual.
É a minha saudade infinita.
O maior e melhor amor do mundo.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Descoberta
Era de dor que eu falava. Lembra?
De saudade, de revolta, de angústia,
era de coração partido, de tristeza.
Daquelas lembranças que queimavam aqui dentro
e das lágrimas que não paravam, não paravam nunca.
Era de passado. Um passado nada, nada generoso.
E o medo bateu na minha porta, lembra?
Eu queria correr (ainda quero, às vezes),
eu queria escorregar (ainda quero, às vezes),
eu queria fugir (será que você me encontraria?).
Tentei a todo custo descobrir se ainda existia algum sinal de vida aqui dentro do peito.
Nada, nada, nada. Só um eco. Um vazio. Sem fim.
Era de lata, de pedra. Não batia.
Medo. Desde aquele chá. Vontade de sumir.
Mas você insistiu, lembra?
Não, não lembra, porque foram seus olhos que insistiram e nem te contaram:
Fica, não vai, eles disseram.
E eu fiquei,
mas pensei em correr incontáveis vezes.
Tracei até um plano de fuga.
Fica, não vai.
Eu fiquei, mesmo repetindo para mim mesma: você vai se machucar.
Acho até que escrevi isso na minha mesa de trabalho para lembrar todos os dias.
Mas eu fiquei.
Fiquei com esse beijo novo, com esse corpo novo.
Fiquei com esse cheiro novo, essa pele nova.
Com nossos abraços. Pode ser nosso?
Nossas risadas, nossa viagem, nossas conversas, nossos momentos.
Eu não sei o que é isso,
não lembro mais como é ser "nosso" e não "meu".
Mas sei que isso tudo é nosso, seja lá o que for.
Não sei para onde vamos e se vamos.
Só sei que se eu for, não quero ir só,
quero levar esse sorriso, quero levar esse bem estar.
Quero acordar como hoje e dormir como ontem.
E quando (se) chegar ao fim vou poder dizer que fui (sou) muito feliz.
Vou poder dizer que agora eu sei finalmente o que é gostar com leveza.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Aos amigos
domingo, 20 de julho de 2014
Diálogo
- E como eu faço isso?
- Não suma. E me lembre das coisas boas que tenho aí.
- Nunca vou te deixar esquecer que você deixou aqui um sorriso bobo, uma saudade apertada e um coração feliz.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
Belém,a cidade que surpreende
No último final de semana visitei Belém e me encantei. Fiz questão de registrar minhas melhores impressões no Blog do Ministério do Turismo.
Confiram. O post e a cidade. <3
Basílica Nossa Senhora de Nazaré Foto: Erick Moreno |
Casas e azulejos Foto: Erick Moreno |
Estação das Docas Foto: Erick Moreno |
Mangal das Garças Foto: Erick Moreno |
Mercado Ver-o-Peso Foto: Erick Moreno |
Teatro da Paz Foto: Erick Moreno |
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Encontro
Passaram-se mais de seis anos até que eu tivesse coragem de fazer essa visita. O céu estava, novamente, dando seu show. O dia estava, novamente, lindo. E eu caminhei entre aquelas árvores como quem caminha em um parque, como se eu fosse encontrá-la sentada em um banco qualquer.
Parecia que eu já havia estado lá tantas vezes, cada passo que eu dava era uma fotografia na minha memória. Não tive dificuldades para achá-la. Talvez ela tenha guiado meus passos.
E ali passei alguns minutos, sentada na grama, olhando para a última lembrança que eu tinha de uma vida inteira de boas recordações. Eu, que a tanto tempo não rezo, comecei a contar meus últimos seis anos e tudo o que eu queria que ela tivesse presenciado. Eu, que nem sei mais em que acredito, pedi sua proteção, sua ajuda, seu cuidado.
Voltei por aquele longo caminho com o coração leve como há anos não sentia. E com aquela vontade enorme no meu coração de ser feliz, pois era disso que ela se orgulhava.
domingo, 13 de julho de 2014
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Não, meu amigo.
Não, ela não quer, de jeito nenhum, que você mude seus sonhos por ela. Não quer que você viva a vida dela. Nem que você concorde o tempo inteiro ou faça todas as suas vontades. Ela não quer esse olhar de quem não enxerga quem ela realmente é, com um monte de defeitos. Nem alguém que a ache infalível.
Ela não quer ser responsável pela sua felicidade, pelo seu sucesso, pelas suas boas lembranças. Ela não quer dividir nada com você, quer alguém que some na vida dela. Não quer esse mar de rosas, essa vida colorida que você promete. Quer um oceano de águas agitadas, com marolas e ondas altas, com calmarias e tempestades. Quer uma vida com cores, mas com cenas em preto e branco também.
Ela quer alguém que faça rir acima de tudo. Que seja companheiro, mas que a conteste e a contrarie quando for preciso. Quer alguém que dê colo, mas dê bronca também. Que a deixe com saudade, de verdade, e depois mate essa saudade da maneira mais intensa possível.
terça-feira, 8 de julho de 2014
Ainda está tendo Copa!
Resisti até o último segundo. Não falei antes, não comprei ingresso, nem camisa eu tinha. Não durei um dia de Copa. Primeiro jogo estava eu lá, torcendo, sofrendo, querendo entrar em campo. Não consigo, a minha nação, a minha bandeira falam mais alto.
Mas eu também dei muita gargalhada, porque a Copa virou a Copa dos memes. Porque, enquanto meu coração estava apertadinho de tristeza pela seleção, meu celular não parava de apitar com milhões de imagens e vídeos engraçados sobre a nossa derrota. E aí, mais uma vez, foi uma gargalhada de orgulho, pela nossa capacidade de não nos deixar abater, de pegar os limões e fazer um deliciosa caipirinha.
Para o Brasil, acabou, mas a Copa ainda está aí. Como bons brasileiros ainda nos resta aquela secada saudável na Argentina, tri no Maracanã não dá. Ainda nos resta terminar a Copa do mesmo jeitinho que ela começou, sendo a Copa das Copas. Não porque a FIFA quer, mas porque nós fizemos isso.
E quando a Copa acabar, vai deixar uma saudade imensa no nosso coração. O Brasil não levou, mas nós, brasileiros, levamos, por tanta alegria e receptividade. Bem que a gente queria estatizar a FIFA, fazer Copa todo ano no Brasil, com turno e returno. Não dá.
Nós prometemos manifestações durante o torneio. E demos sorrisos, abraços, amizade, festa e alegria. Mas os problemas continuam onde sempre estiveram. Os aeroportos estão reformados e os estádios de pé, mas os hospitais e as escolas continuam precários. O transporte público continua não funcionando, a segurança então, nem se fala. Nossos políticos ainda são corruptos, nossa desigualdade ainda é das maiores do mundo. Nós ainda continuamos subornando policiais e furando filas. Ainda falsificamos carteirinha de estudante. Ainda trocamos votos por favores. Nosso país ainda é racista, homofóbico e machista. E, pior, nós, que sempre fomos acusados de passividade política e falta de engajamento, nem podemos mais ir às ruas exigir nossos direitos. Não, ao menos, sem ter que correr da polícia ou respirar gás lacrimogêneo. Viramos vândalos, criminosos, vagabundos.
Apesar de tudo, sabe o que essa Copa mostrou para mim? Que somos patriotas sim, somos muito patriotas. Somos patriotas com ou sem Copa. Nós fizemos a Copa mais linda da história, mas estivemos dispostos a abrir mão dela pelo país. A um ano atrás essa paixão que nos fez chorar diante da TV hoje, estava nos gritos de protesto que pediam transporte público mais barato, saúde, educação e exigia nosso direito de protestar. Isso é ser brasileiro. É essa paixão, essa vontade de mudar, de fazer diferente.
Não foi a Dilma, não foi o PT, não foi o Aécio, nem o Fred, nem o Zuñiga, muito menos o Felipão culpados pela nossa derrota. Aconteceu, não funcionou e isso é esporte. Não existem mocinhos e bandidos e precisamos parar com essa mania de procurar os heróis e o vilões. Precisamos parar misturar futebol e política, a Copa não vai decidir as eleições.
Faltam quase 80 dias ainda. Temos um monte de candidatos para analisar e debates para assistir. Amanhã a dor dessa derrota passa, mas vamos enfrentar uma batalha muito maior: decidir o futuro do nosso país. A minha sugestão é esquecer se você é azul ou vermelho, pegar a camisa verde e amarela e toda essa paixão pela nossa bandeira e amarrar nessa decisão. Vamos pegar esse nosso entusiasmo e esse orgulho de cantar "sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor" e colocar no nosso direito de exigir nossos direitos. Toda essa boa vontade que tivemos para receber os estrangeiros, vamos usá-la para cobrar nossos governantes, para escolher bem os que entrarão.
Vamos, vamos mostrar para o mundo que somos Brasil dentro e fora do campo!
À seleção, obrigada pela luta, pelo choro, pela humanidade. Obrigada pelas demonstrações de afeto e pela simpatia. Não estamos tristes com vocês, estamos tristes JUNTO com vocês.
E peço licença pelo merchandising, mas nossa publicidade na Copa também ganhou:
domingo, 6 de julho de 2014
Every single day
Amo. Não um amor qualquer, desses que encontramos em qualquer esquina. Amo um amor único, verdadeiro.
Amo um amor desses que aguenta a distância, seja ela física ou não. Aguenta os chuviscos e as tempestades, só não aguento a indiferença.
Amo um amor que dá saudade, every single day, do abraço, da palavra, do sorriso. Um amor conformado, de quem pouco ou nada mais pode fazer, mas sente falta dezenas de vezes por dia.
Amo esse amor assim, inquieto, sofrido, que só quer estar junto. Em todos os momentos.
sábado, 5 de julho de 2014
Assim que é bom
Gosto de quem fala olhando no olho, de quem tem atitude e assume o que sente. Gosto de gente que se expressa com o olhar e se declara com um toque. De gente que me faz ter ataques de riso e topa até programa de índio.
Me apaixono por sorrisos sinceros e abraços calorosos. Gosto de quem sabe dançar ou dança mesmo sem saber. De quem atravessa a cidade por um beijo, de quem faz chá quente.
Gosto, mas gosto mesmo de quem quer estar junto, mesmo que a distância.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Escolhas
quinta-feira, 3 de julho de 2014
Tudo bem
Tudo bem se você tiver que dar dois passos para trás, você já sabe como é lá na frente e viu que é melhor mudar de caminho.
Tudo bem se a sua vida parece jogada no modo shuffle, já, já ela acerta e aí quem vai querer reprodução aleatória é você.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Eu recomendei
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Pretérito, perfeito.
Lendo textos antigos, nunca imaginei que conjugar amor no passado seria um alívio tão grande.
sábado, 28 de junho de 2014
Um decreto
Institua-se um decreto onde seja proibido, terminantemente proibido brincar com os sentimentos alheios. Onde o papo furado seja censurado e as mentiras, castigadas. Um decreto que nos salve e nos preserve de tanto desamor e tanta desilusão.
Seu lugar de adeus
O que a levava para lá, nem ela sabia direito. Saudade, raiva, tristeza? Angústia. Angústia é um pouco disso tudo. Era aquela angústia que de tempos em tempos batia no peito. Não queria esperar, mas esperava. Não queria duvidar, mas duvidada. Não queria desconfiar, mas desconfiava. Queria mesmo era a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida. Como era possível se seu coração há muito não tinha essa tranquilidade? Tinha só uma porção de feridas abertas que insistiam em não cicatrizar.
Andava feliz ultimamente, descobriu que seu coração não era lá tão de pedra assim. No entanto, lutava todos os dias contra outros inimigos que tiravam seu sono, sua paz e suas certezas. Lutava contra seus traumas e aquele medo paralisante de passar por tudo de novo. Não seria capaz de aguentar.
E na imensidão daquelas águas artificiais, fixava seu olhar e deixava seus pensamentos irem embora. Há meses resiste, mas está prestes a desistir e ir embora sem deixar rastros novamente. É mais uma batalha perdida contra seus fantasmas.