Quando você assobia na rua, me chama de gostosa e de princesa, você me mata por dentro.
Nas vezes que você grita comigo em casa, levanta a mão, ameaça me empurrar, você me mata por dentro.
Quando você me exibe feito um troféu para seus amigos, mas me humilha dentro de casa, você me mata por dentro.
Aquelas vezes que você insinuou que meus amigos são meus amantes e que eu já passei na mão de toda a cidade, você me matou por dentro.
Quando você aplaude quem diz que mulher precisa se vestir corretamente, não pode falar palavrão, deve sentar de pernas fechadas, você me mata por dentro.
Todas as vezes que você diz para os amigos que não gosta de mulher rodada e que mulher tem que se dar ao respeito, você me mata por dentro.
As suas risadas quando o médico disse que você deveria comprar uma arma para cuidar da filha que vai nascer, ou quando seu sogro falou que mulher se cria na rédea curta, me mataram por dentro.
Aquelas suas insinuações de que mulheres são inimigas entre si, são rivais, me mataram por dentro.
Seu sarcasmo diante de uma mulher com mais poder e dinheiro do que você me matam por dentro.
O dia que você saiu de casa porque eu disse que o corpo é meu e faço dele o que eu quiser, me matou por dentro.
A sua postagem no Facebook dizendo que mulher que não se comporta merece ser estuprada também me matou por dentro.
Quando você me chama de feminazi e mal amada, me mata por dentro.
Aquele dia que você disse que sou exigente por estar solteira e egoísta por não querer ter filhos, você me matou por dentro.
Por sua causa, estou morta por dentro. Sua mãe, suas irmãs, suas tias e suas amigas também.
Algumas estão fisicamente mortas porque você não percebe que suas atitudes, suas piadas, seu comportamento alimentam uma cultura opressora e assassina.
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