Não deixava muito espaço para pensar em sua vida. De dia mergulhada no trabalho, de noite em seus livros, seriados e projetos pessoais. Até lavar a louça era motivo para ocupar a cabeça com o CD da recém lançada banda do ex-vocalista da sua ex banda favorita.
Parar para pensar a obrigaria a admitir seu apego, sua fraqueza, sua entrega. Preferia fugir com sua máscara de mulher forte e independente. Pensar era admitir seus medos e reconhecer que sua vida amorosa era um ciclo de abandonos e expectativas frustradas. Era admitir que dentro dessa armadura que ela decidiu vestir havia uma ferida exposta e incurável.
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