Não plantei uma árvore, não tive um filho, nem escrevi um livro. Muito menos ganhei meu primeiro milhão antes dos 30. Também não casei, não encontrei o amor da minha vida ou a minha alma gêmea e até aprendi que eles não existem. Não tenho uma carreira de sucesso, não fiz o mestrado que sempre quis e nem viajei o tanto que desejava. Não fiz nada para mudar o mundo, nem para mudar minha vizinhança, não tenho investimentos, nem um pé de meia para o futuro.
Não virei escritora, nem paquita, nem promotora, nem repórter de guerra, nem atriz, como eu queria. Não virei dentista ou advogada como a minha mãe queria. Também não passei em nenhum concurso público que me pagasse bem e me acomodasse até a minha aposentadoria. Fui trabalhar com uma coisa que nem consigo explicar para o meu avô, que ninguém conhece direito, mas todo mundo acha que sabe muito e que é algo muito fácil de se fazer. Não é, acreditem.
Nesse momento de reflexão que antecede qualquer aniversário, pelo menos os meus, cheguei a me sentir mal por não estar me lamentando por esse meu fracasso aparente. Mas não estou. Definitivamente, não correspondi a nenhuma expectativa dos meus pais, família, amigos e nem mesmo as minhas. Falhei em uma porção de coisas e várias vezes. E me sinto incrivelmente bem por isso.
O que essas três décadas me trouxeram não foi uma vida de revista, de propaganda de margarina. Foi, sobretudo, uma paz interior enorme. Foi maturidade, autoestima, calma e sabedoria suficientes para entender que tudo na vida tem seu tempo e o meu tempo nunca será igual ao de outras pessoas.
Nesse momento de reflexão que antecede qualquer aniversário, pelo menos os meus, cheguei a me sentir mal por não estar me lamentando por esse meu fracasso aparente. Mas não estou. Definitivamente, não correspondi a nenhuma expectativa dos meus pais, família, amigos e nem mesmo as minhas. Falhei em uma porção de coisas e várias vezes. E me sinto incrivelmente bem por isso.
O que essas três décadas me trouxeram não foi uma vida de revista, de propaganda de margarina. Foi, sobretudo, uma paz interior enorme. Foi maturidade, autoestima, calma e sabedoria suficientes para entender que tudo na vida tem seu tempo e o meu tempo nunca será igual ao de outras pessoas.
Sinto-me aliviada quando penso que desde a minha adolescência não passo por um momento tão bom como este. Com muitas dúvidas, mas sem angústias. Com muitos sonhos, mas sem desespero. Muito mais dona de mim, sabendo o que eu quero, o que eu gosto. Tendo consciência e responsabilidade sobre todas as minhas ações. Sem preocupações desnecessárias com o que os outros pensam de mim. Entendendo que meu corpo não é o mais o de 15 anos atrás, mas que eu o conheço bem melhor e me sinto muito mais bonita e segura do que naquela época. Tendo muita clareza do que eu sou capaz e confiança no que eu faço, tanto na vida pessoal, quanto na profissional.
Ainda quero fazer o meu mestrado, morar fora, ter filhos, encontrar alguém que me faça feliz (para sempre ou por uns dias, tanto faz), viajar bastante, ser reconhecida como profissional. Ainda quero fazer diferença no mundo, ou na vida de algumas pessoas, ou de uma pessoa só, ajudar a reverter um cenário ruim, como eu desejo desde pequena. No entanto, hoje eu tenho planos, não angústias. Aprendi que tenho vontade, capacidade e coragem para fazer tudo isso, ou simplesmente para mudar de vida a hora que eu quiser.
"São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam."
(A mulher de 30, Mário Prata)
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