terça-feira, 12 de julho de 2016

Sobre expectativas


Expectativas são traiçoeiras. Por mais que a gente se exercite, medite e tente não criá-las, elas vão aparecendo no nosso caminho e, quando percebemos, já estão numa proporção tal que deixá-las para trás torna-se doloroso.

Da primeira vez foi mais uma tentativa afetá-lo do que realmente afastar-se. Mas, no fundo, ela sabia o tamanho das expectativas que podiam crescer dentro em seu peito. Mesmo assim, pouco tempo depois achou (ou quis achar) que estava tudo bem. Não estava.

Quando sentimos, parece que nossa mente vagueia em um balé desengonçado, com pernas e corpos jogando-a para todos os lados, sem rumo certo. Por mais que ela já consiga entender a diferença entre o ser idealizado pela sua paixão e a pessoa real que ele é; por mais que, ao vê-lo, ela sinta quase nada, ou quase nada, do que sentia antes, tê-lo ao alcance dos dedos é passar a contar novamente com aquela presença em sua vida. 

Receber um telefonema logo após tentar livrar-se das últimas lembranças físicas; sentir sua insistência em estar por perto; reconhecer esse campo de energia quando encontram-se, que oscila entre a vontade de tocar, de falar, de contemplar e o medo de não saber se é o certo; poder conversar até tarde da noite, novamente, sobre a vida; lidar com mensagens que a remetem a tempos em que eram muito mais um para o outro do que são hoje; esbarrar com ele ou qualquer de suas lembranças em lugares inesperados; tudo isso a faz acreditar que o universo está conspirando em favor deles e que existe algum espaço de retorno. 

Sua vida está caminhando sem ele e precisa continuar nesse trajeto do qual ele não faz mais parte. Por mais que ela sinta tudo isso e por pior que pareça o não ter novamente, ela sabe que não existe qualquer espaço para os dois serem qualquer coisa além de rostos conhecidos. Por mais difícil que seja ficar sem notícias e precisar torcer, de longe, para que ele encontre o próprio caminho, suas estradas não estão mais juntas. 

Sim, esse é um adeus e não se sabe se será revogado em algum momento. Mas um adeus necessário, porque algumas feridas, se mal cicatrizadas, abrem-se constantemente.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Ela está na dela


Daqui a pouco você será passado, se já não é. Ela lembrará de ti apenas quando for contar para alguma amiga suas decepções amorosas. Se esquecerá daquela tarde, quando se apaixonou pela criatura antes de se apaixonar pelo criador.

Daqui a pouco você será devaneio. Desses que nem vale a pena lembrar porque não valeu a pena. Ela mal saberá dizer o que viu em você e , por vezes, nem lembrará o que houve entre vocês.

Daqui a pouco ela te esquece. Seja por uma nova paixão, seja por saber que nada vale mais que o amor próprio. Ela andará de cabeça erguida exibindo seu batom vermelho e deixando o rastro hipnotizando de seu perfume. E toda vez que se encontrarem, você vai lembrar do que tentava fugir: aquele sorriso, aquele charme, aquele jeito de beijar.

E, no fundo, ela sempre vai saber disso. E te acenará com um sorriso tímido, de canto de boca, como quem diz que você deveria ter aproveitado enquanto ela queria. Agora ela está em outra. Agora ela está na dela.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Esqueceu-se de se proteger



Encontrava-se nesse estado de letargia que se mistura ao luto de um amor. Aquele  em que todos no mundo são desinteressantes e a única saída parece ser comprar gatos (ou cachorros) e começar a aceitar que esse é o máximo de afeto que terá em sua vida.

Sentia-se já tão sem forças para a luta que esqueceu-se de se proteger. E o ataque veio de onde menos esperava. Assim, meio sem perceber, sentiu o golpe e seus efeitos imediatos. Tentou reagir, mas não tinha mais defesas. Os primeiros sinais começaram a aparecer: o frio no estômago, o sorriso bobo, as borboletas na barriga, as pernas bambas.

Conhecia bem esses sintomas e sabia que, contra eles, não havia antídoto. Só mesmo o tempo. Resolveu, então, vivê-los. Até o fim.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Trinta



Foram trinta homens. TRINTA. Não foi um, não foram dois, foram trinta! Um de cada vez. Violando, violentando, rindo. Não imagino quantos nãos você tenta dito. Não imagino quantas súplicas, nem quantas lágrimas. A história é tão inacreditável que fica difícil imaginar a cena. Embrulha o estômago, dói o coração.

Foram trinta. E não importa a roupa que você estava usando, nem a idade que tem. Não importa se já tem um filho, quantos caras já tenha transado, quantos namorou. Não importa se já deu mole para um ou alguns deles. Não importa se for usuária de drogas. Nada nunca dará a eles o direito sobre o seu corpo.

Trinta homens. Sim, homens, não animais. Porque isso, infelizmente, é coisa de homem.  Homens completamente normais, que vemos todos os dias, que trabalhamos, convivemos, cruzamos na rua, somos amigas, ficamos. São homens que se acham poderosos porque têm um pau no meio das pernas e acreditam poder fazer o que querem. São os mesmos homens que recebem fotos e vídeos de mulher pelada e espalham pros amigos, contam piadas machistas, acham legal puxar a mina pelo braço na balada e tentar beijar a força. São homens, não animais.

Homens, trinta. Não são doentes, nem loucos. São completamente sãos. E se isso acontecesse com a irmã, mãe ou namorada deles, provavelmente estariam jurando os algozes de morte. Mas foi com a irmã, mãe ou namorada dos outros e eles nem levaram em consideração. Simplesmente julgaram ser uma boa ideia porque você "merecia".

Não, você não merecia. Você nunca vai merecer isso. Nenhuma de nós merecemos a violência. Nenhuma de nós merecemos o silêncio. Nenhuma de nós merecemos a condenação. Nem o assédio, o machismo, a misoginia. Você não merecia o trauma e não merece tanta gente procurando justificativas para te culpar.

Você merece e nós merecemos o controle sobre nossos próprios corpos, a liberdade. Merecemos não ter medo de andar na rua e não tremer ao cruzar com qualquer, QUALQUER homem. Merecemos poder sair na rua de shortinho, beber, paquerar. Merecemos respeito na rua, no trabalho, em casa. Respeito por quem somos, pelas batalhas que enfrentamos diariamente por termos nascido mulheres, pelo que escolhemos ser.

Você, minha querida, sofreu por todas nós. Por cada piada machista que somos obrigadas a escutar, caladas. Por cada assédio nas ruas, no trabalho. Por cada cantada que escutamos na rua e cada vez que apressamos o passo ao ver um homem se aproximando. Você sofreu por cada mulher morta ou espancada simplesmente por ser mulher. Por cada mulher que sofre ou morre ao fazer um aborto clandestino. Sofreu pelos xingamentos de puta, vaca, piranha, dirigidos a nós todos os dias, pelos videos vazados de muitas irmãs, pela violência psicológica que muitas outras sofrem diariamente.

Você merece muito, muito amor. E não que te fizeram. Merece um abraço apertado e um beijo de cada uma de nós. Merece nosso colo, nossa solidariedade e nosso barulho. Você merece que a gente grite muito, muito alto por você para que eles sejam jogados na cadeira. Que a gente te defenda com unhas e dentes e que o mundo entenda que não, você nunca terá culpa do que te aconteceu. Nunca.

Nós te amamos e estamos com você!

Foto: https://www.flickr.com/photos/european_parliament

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Tempos difíceis



para falar de amor
para se ter esperança
para nascerem flores
para voar
para acreditar
para sorrir.


terça-feira, 26 de abril de 2016

Das cicatrizes

Foto: https://www.flickr.com/photos/timove/


Parecia impossível encontrar o que a definia em pouco mais de uma hora. Vasculhou gavetas, livros, fotos, músicas, videos. Pesquisou lembranças, sentimentos, sensações. Olhou conversas com amigos, textos no blog, cartas, mas nada parecia ser ela ao mesmo tempo que tudo parecia ser um pouco ela.

Falavam-lhe constantemente de seu sorriso cativante e sua alegria de viver. Da sua força, da sua empatia. Falavam dos seus textos, da sua dedicação às pessoas que gostava e da sua vontade de mudar o mundo. Falavam da pinta no meio da testa, da empolgação com o carnaval, do senso de humor. Falavam de um certo magnetismo, da facilidade de envolver pessoas, do brilho nos olhos quanto fazia algo para ajudar alguém. Mas isso não podia ser ela.

Quem sabe ela não fosse esse apartamento pequeno, mas aconchegante. Os ímãs na geladeira mostrando por onde ela pisou, ou os bilhetes de quem se hospedava por ali. Talvez ela fosse suas músicas preferidas, seus filmes, seus seriados, seu quadros. Talvez ela fosse aquela estante de livros. Aquela, ali no canto, dedicada a uma só autora: mulher, feminista, militante, escritora, que misturava suas histórias com suas fantasias, seus amores com sua luta. E dizia:

'Talvez a gente esteja no mundo para procurar o amor, encontrá-lo e perdê-lo, muitas e muitas vezes. Nascemos de novo a cada amor e, a cada amor que termina, abre-se uma ferida. Estou cheia de orgulhosas cicatrizes.'


Pronto! Era isso que a definia: suas marcas, suas cicatrizes, a capacidade de sentir o mundo que havia fora e dentro dela.

Se sorria, se amava o carnaval, se envolvia as pessoas, se gostava de fazer piadinhas, era simplesmente porque cada sorriso e abraço que colhia ficava marcado dentro dela. Se queria mudar o mundo, ajudar, encontrar meios de fazer desse planeta um lugar mais leve, mais em paz, é porque cada respiração aliviada e cada olhar de gratidão que percebia tornava-se uma dessas orgulhosas cicatrizes

Não era a toa, portanto, que marcava na pele suas dores e seus amores. Preferia assim, fazer deles cicatrizes perpétuas para que, todos os dias, lembrasse do quanto era forte e quanta coisa havia vivido. Expulsava suas saudades e deixava-as expostas para que o tempo fizesse delas o que bem entendesse. Para que a vida desse a elas um destino melhor do que a prisão do seu coração.

E em tudo o que fazia, o que colhia e o que acreditava estavam as marcas do que viveu, as impressões de quem passou pela sua vida e todos os amores que sentiu. Por tudo isso, acreditava, sim, nessa grande utopia chamada felicidade.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Metalinguagem



Saudade, essa palavra que costura os meus dias e está em qualquer direção que eu olhe. E, por mais que ela insista em permanecer, continua sendo difícil de lidar.

É dolorosa em todos os casos. Deixa o vazio, a ausência, a falta. Deixa as lembranças que, por mais bonitas que sejam, jamais serão repetidas. Deixa a dor, a incompreensão, a vontade de ter feito tudo diferente um dia. Deixa a culpa também, a culpa por não ter reparado nos sinais antes, por não ter notado os pedidos de ajuda, por não ter feito o sofrimento diminuir. Mas ela também deixa um gosto doce de poder guardar as recordações intocadas e imutáveis dentro da gente.

A saudade é, no fundo, um grande exercício de perdão. De auto perdão. De perceber que, por mais dolorosa que seja uma ausência, ela não acontece por um acaso. De entender que não conseguimos mudar o destino. De saber que tudo poderia ser diferente, mas não será porque não prevemos o futuro.

Cecília Meireles dizia que "o verdadeiro amor é, paradoxalmente, uma saudade constante, sem egoísmo nenhum".  Eu diria que a vida é essa saudade constante que, muitas vezes, confundimos com mágoa, raiva e traumas. Com o tempo a gente percebe que esses sentimentos desconexos são tão pequenos diante da perda e acabam bloqueando as boas lembranças.

Separar-se de de algo que amamos é perder um pedaço da gente, mas pode ser a conquista de um novo terreno. O da leveza, da compaixão, da bondade, do amor.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Procurava fora o que deveria estar dentro

Foto: Elena Mitsura (https://www.flickr.com/photos/exage)



Naquele fim de tarde, ao chegar em casa, cansada de carregar todo o peso de seus fantasmas, fechou a porta com os pés, tirou os sapatos e jogou-se no sofá. Os quilos perdidos não eram apenas falta de fome, eram resultado da exaustão de arrastar tanta carga todos os dias. Chegava sempre acabada, no limite de sua energia.

Os livros estavam espalhados pela mesa da sala, o controle da TV ao seu lado, precisava preparar a comida para o dia seguinte e colocar a roupa para lavar. Mas nada, simplesmente nada a fazia ter vontade de levantar dali. Ficava presa aos seus pensamentos, devaneios e desejos secretos. Tanta coisa para resolver, mas sua cabeça continuava alimentando aquele turbilhão de dúvidas e angústias. Estava sem forças para a vida. Faltava-lhe o essencial.

Cozinhava, sorria, escrevia, fotografava, conversava e até discutia com amor. Custava-lhe, entretanto, viver o desamor. Para ela, se amar era mudar a alma de casa, a falta de amor era desabrigá-la, desalojá-la e abandoná-la ao relento. Viver atrás desse amor, como quem procura um cantinho para se esquentar, para acolher o coração, vinha sendo a missão mais dolorosa de sua vida.

Ela revolvia as lembranças, as fotos, os papéis, o passado, tentando entender o porquê de estar sempre correndo atrás de algo que não lhe pertence. São anos nesse papel, talvez tenha começado antes mesmo de nascer. Verdade é que buscava esse amor em todos os cantos da sua alma, em todas as suas relações e até na função que achava que deveria desempenhar no mundo.

Seus fantasmas a atormentavam insistentemente. Provocavam, cutucavam a ferida mal curada, novamente exposta, ardendo. Ela não encontrava mais o remédio no mundo. O coração pulsava a duras penas tentando manter alguma vida ali dentro.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

nada




Era tanto. Era ombro, peito, risada. Era casa cheia, vida, cozinha habitada. Era música, energia, sorrisos. Era dança. Era cor, palavras, chamegos.

Agora um nada.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Lágrimas




Perdi as contas de quantas vezes repeti: não sei mais chorar. E você insistia: bobagem, você sente tudo por todo mundo. E sentia, sem derramar uma lágrima.

Mas naquela manhã eu chorei: de tristeza, de dor, de raiva. Chorei quando te vi pela primeira vez imóvel, dormindo, e quando percebi que não poderia dar meu último abraço. Chorei quando te pedi para não ter medo, mesmo eu estando em pânico, e te disse que estou aqui, aconteça o que acontecer. Chorei quando sonhei contigo e entendi que você queria me pedir para ficar bem e não chorar. Chorei quando te vi pálido. Chorei quando toquei pela última vez no seu rosto e percebi que não ouviria mais sua voz. Chorei. E não existe um só dia desde então que eu não chore, em lágrimas ou em palavras.

Durante a sua breve passagem pelos meus dias, você me deixou sorrisos e muito carinho. Escreveu histórias, arrancou risadas e me presenteou com uma caixa de boas lembranças. Você me devolveu a capacidade de perdoar até o que eu achava ser imperdoável, a capacidade de sentir e a vontade de ajudar. Você me fez entender que meus sonhos podem estar acima das angústias e das desilusões. Você colocou muito mais cor nos meus dias.

Há um ano todo aquele amor que eu sentia eternizou-se dentro do meu peito com a lembrança do seu sorriso. Obrigada, por tudo!

quinta-feira, 31 de março de 2016

Fragmentos em um bloco de notas


14 de janeiro. Já fazem 3 dias e nada. Será mesmo que vale a pena? De novo? Eu sei o que quero, por mais difícil que seja confessar. Ele não. Seus planos são outros, tem uma vida pela frente. Mas o meu tempo anda correr pra trás. Ele mal consegue falar em paixão, quem dirá amor. Adorar... adorar eu adoro qualquer pessoa que sorri pra mim. Não ele, ele não. É muito maior que isso. E já não devia ser amor? Ou eu que estou me precipitando? Você sabia, você sabia que ele é desapegado, desde o início. Aprendeu, desde cedo, a ter que deixar as pessoas. Seu olhos brilham para ver o mundo. E eu até topo, sabe? Mas ele nunca perguntou. Talvez não queira saber. Não quero a fórmula pronta de vida em que eu vinha me enquadrando até aqui. Mas quero um companheiro para minhas aventuras, perrengues e bons momentos. Será que conto isso pra ele? O outro tinha pavor de compromissos. Assumiu um. O pavor era comigo. Será que o dele também? Não quero passar por tudo isso de novo. Não quero me entregar, envolver e daqui há pouco: adeus. Mas não é ansiedade demais? Será que as coisas não podem mudar? Mas e se não acontecer?

09 de março. Valeu a pena?

quinta-feira, 24 de março de 2016

Felicidade proibida

Foi inusitado. De repente, começou a demonstrar um interesse desproporcional. Poucos meses atrás eles nunca haviam trocado uma palavra. Agora, parece que cada postagem é um motivo pra puxar assunto.

Aquela devia ser a segunda vez que se encontravam. Ele chegou com uma intimidade que não existia, tocando no seu ponto fraco: a tatuagem nova. Ela poderia ter balançado, mas sabia que aquele acesso era proibido. Como se não bastasse, aqueles copos que secavam feito água no deserto tinham que ter algum efeito. E teve. O abraço apertado e a declaração fora de hora a fizeram ligar os pontos dos últimos meses.

Não precisou de muito esforço, horas depois ele despejava em cima dela tudo o que já estava desconfiada. E, apesar de assustada, sentiu uma felicidade proibida lá no fundo. Sabia que nada aconteceria entre os dois e não era só por conta da aliança. Se já era fechada às oportunidades, quem diria às histórias que já começavam tortas.

Mas precisou admitir: nosso ego é mesmo egoísta. Saber que alguém era capaz de sentir tudo aquilo por ela sem, ao menos, conhecê-la direito, a fazia bem. Saber que ela ainda era apaixonável para alguém nesse mundo, era reconfortante. Uma felicidade proibida, mas autêntica.

Falou qualquer coisa para cortar assunto, com um sorriso escondido. Era sexta-feira. Ajeitou o batom vermelho no espelho do carro e foi sorrir para o mundo.


sexta-feira, 18 de março de 2016

Saudade não tem cor

A música toca repetidamente no som do carro. As janelas estão todas fechadas e a voz de Bethânia faz os vidros se arrepiarem, assim como a minha pele.

"Luto preto é vaidade

nesse funeral de amor

o meu luto é saudade

e saudade não tem cor".


Há dois anos eu tatuei saudade no meu braço, com a letra dela que foi meu maior amor. Há cinco anos eu abri um blog cujo título fala em saudade. Há um ano, outra tatuagem demonstrando toda a minha saudade de um grande amor. E eu ainda me espanto como o universo costura e entrelaça essas palavras na minha vida: amor... saudade... saudade... amor... em um ciclo sem fim. Como se minha missão fosse esse constante ter e perder...