O pior é que não sou só ruim para ler, tenho uma incapacidade imensa de entendê-las. Com algumas exceções, claro. Pessoa, Drummond e Vinícius são meus preferidos, Bilac também, vá lá. Mas acaba aí. Ok, sou alfabetizada, sei ler e acho que escrevo bem. Então entender, eu entendo, mas não capto a essência, sabe? E eu até me acho uma pessoa sensível, mas não consigo, gente. É muita abstração. Leio, leio, leio e tá, enfim... e aí?
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Pensando bem, até existe uma poesia dentro da prosa. Alguém vai dizer que não precisa de poesia para ler Saramago e para entender a ironia ácida de Machado de Assis e Veríssimo? Ou discordar que seria praticamente impossível sentir a dor de Allende nas cartas escritas no leito de morte de sua filha, ou entender o amor de Florentino por Fermina Daza em Amor nos Tempos do Cólera?
É, não há como negar, a prosa não existe sem a poesia. E a poesia também não existe sem a prosa. Para bom entendedor, seja de prosa ou se poesia, não é meia palavra que basta, mas sim um pouco de sensibilidade, de calor no coração. Uma leve sede por decifrar o mundo das palavras, da literatura. E uma grande vontade de entender sentimentos e desvendar personagens que talvez nunca saiam de nossas vidas.
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