A história é batida. Carolina é uma adolescente de 15 anos que mora
com a avó, D. Ana. Seu irmão, Filipe, resolve levar os amigos Leopoldo,
Fabrício e Augusto para a casa da avó, em uma ilha. Para atraí-los,
Filipe fala de suas primas e sua irmã que estariam presentes em um baile
no fim de semana. Mas Augusto anuncia que não sabe ficar apaixonado por
uma mulher por 15 dias seguidos. Acontece que, entre idas e vindas,
apostas feitas e acordos desfeitos, um belo dia Augusto conta a D. Ana
que seu coração já tem dona. Uma menina que ele encontrou aos 13 anos na
praia. Ao ajudarem a pobre família de um moribundo, ganharam dele um
breve: o de Augusto contém o botão de esmeralda da amada e o dela o
camafeu de Augusto. Ao fim, como esperado, Carolina e Augusto descobrem
que são aquele casal de crianças que ajudou o homem na praia, anos
atrás.
A Carolina em questão é A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Mas
bem que poderia ser eu aos 14, 15 anos. Bem que poderia ser muita menina
nessa idade. Afinal, qual garota nunca sonhou com um príncipe
encantado, com uma história de amor como esta?! E quem nunca quis
receber uma chuva de rosas, um coração gravado na árvore, um camafeu com
a foto do amado?
Infelizmente, ou felizmente, a gente cresce, amadurece e vê que não
passam de ilusões adolescentes, criadas a base de contos de fadas e
comédias românticas açucaradas. Mas isso não é necessariamente ruim.
Percebemos que os príncipes encantados em seus cavalos brancos não
existem e que, na verdade, se existissem, seriam muito chatos,
perfeitinhos demais, e nos sentiríamos sempre muito mal perto deles com
todos os nossos problemas e imperfeições. Percebemos que as histórias de
amor até existem, mas são muito raras. Ainda bem, pois não precisamos
esperar o homem ideal cair no nosso colo em uma viagem para a Índia. Ele
é uma pessoa comum e podemos encontrá-los em qualquer lugar: na escola,
na rua, na faculdade, no trabalho. Entendemos que nem todo homem vai te
mandar uma chuva de rosas, te fazer uma declaração de amor todos os
dias e te encher de bichos de pelúcia. Mas muitos deles vão cuidar de
você, te dar carinho e fazer você se sentir uma mulher muito amada.
Compreendemos que histórias de amor de verdade são regadas não só a
beijos, sorriso e eu te amo, também precisam de brigas, discussões e
choro.
Não é certo dizer que nos tornamos menos românticas conforme
ficamos mais velhas. Acho que apenas nos tornamos mais realistas. Ainda
sonhamos com alguém ao nosso lado que nos faça feliz, nos dê atenção e
seja nosso companheiro. Ainda queremos uma família, independente de ser
com filhos ou sem filhos, hetero ou homossexual. Ainda queremos nos
sentir amar e amar muito. Os sonhos apenas mudam de forma.
Disse tudo. No final das contas, a gente só quer alguém que saiba nos fazer rir, não é? :)
ResponderExcluirai mais que Vida fofa, to amando seus textos e a Carol versão 2012!! beijos
ResponderExcluirTatá, é verdade. No fim é isso que queremos.
ResponderExcluirVida, eu sou fofa mesmo, sempre fui! hehehehe