Confesso que não foi amor à primeira vista... nem à segunda, nem à
terceira. A cidade me assustava. Aqueles prédios altos, aquele mundo de
carros, o barulho intenso, a chuva que não parava nunca. Eu, tão
acostumada com a minha Bras-ilha, me sentia pequena, encurralada em meio
àquilo tudo. São Paulo não me recebia bem, fazia cara feia para mim. E
não adiantava tentarem me comprar com um número incontável de atrações
culturais, restaurantes bons e lugares interessantes para visitar: a
única coisa que eu enxergava era um quadro frio e cinzento.
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A cidade vista do estádio Pacaembu |
Como as coisas mudaram, não sei dizer direito. Talvez mudança
tenha começado em um dia ensolarado no Parque Villa-Lobos, assistindo a
um show da Diana Krall, com um amigo muito querido. Ou talvez tenha sido
com a mudança de outros amigos amados para a cidade, o que me rendeu
boas viagens, com programas deliciosos e muita diversão. Quem sabe a
mudança não tenha vindo quando percebi que o sol também sabia brilhar
ali, que a cidade passou a me receber com muito carinho e que as cores insistem em aparecer em meio a tanto cinza.
Não importa como tudo começou: São Paulo é uma cidade linda.
Linda de um jeito diferente. Não uma beleza comum, fácil. É algo mais
complexo do que isso. Uma beleza difícil de enxergar, mas quando
enxergamos não conseguimos mais vê-la outro jeito. Uma cidade de opções e caminhos tão distintos que é fácil se perder, mas de oportunidades incomparáveis.
Minha Bras-ilha tem um lugar cativo no coração, aqui é minha casa. Mas São Paulo me conquistou de uma maneira irreversível.
São Paulo é uma cidade caótica e ao mesmo tempo delicada... com seus cantinhos, padarias, cafés, sebos com bandas de jazz :) Adoro tmb, amiga!
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