como é estranho perder quem nunca foi nosso de verdade.
Ela também vai, vai para o lugar que lhe pertence,
vai atrás dos sonhos.
Ela vai, de verdade,
e nós perdemos tanto tempo com bobagens.
Fecho os olhos e tento imaginar como será daqui para frente.
Como lidar com a ausência?
Como não ter mais o colo quando eu precisar,
a risada quando eu quiser.
Com quem eu vou comer a panela de brigadeiro,
ou rir de coisa boba por uma tarde inteira sem cansar?
Ele resolveu brilhar
mas longe, bem longe daqui.
Quer ganhar o mundo, conquistar pessoas.
Viver.
E vai levar embora todo o encanto,
todo esse bem estar que nos toma por completo.
Vai levar as brincadeiras, as piadas,
a animação que contagia.
A única coisa que vai deixar é saudade.
Ela quer amor. E vai atrás de amor.
Vai levar um pedacinho desse amor com ela,
um pedacinho que ainda nem existe, mas já dá saudade,
já pesa no coração,
já faz a gente juntar as economias pra ir também.
Vai levar as melhores lembranças da infância,
o parentesco fake que não poderia ser mais verdadeiro.
E eu continuo aqui, sentada nessa sala de embarque
tentando decidir o que vou fazer com esse coração tão espalhado
mundo afora.
É, eu achava que não queria,
eu achava que não conseguia,
eu achava que nem existia.
Mas aí eu quis.
Quis viver, quis sentir.
Aceitei o sorriso, o carinho,
aceitei as semelhanças e as diferenças.
Aceitei aquelas borboletas que me faziam faltam,
e aquela sensação gostosa e inexplicável.
Depois de tudo, você me pergunta o que eu quero:
quero aquela preguiça na cama no dia seguinte,
me esconder do frio debaixo da manta
e enroscar minhas pernas nas suas.
Quero fazer cafuné até você dormir
e acordar sem conseguir me mexer com seu abraço apertado.
Quero posar para as tuas fotos,
e rir de qualquer uma das suas piadas sem graça.
Quero achar lindo você odiar pimenta
tanto quanto eu odeio,
e amar carnaval
tanto quanto eu amo.
Mas eu também quero o que você não consegue me dar
Uma mensagem de bom dia
e uma ligação de boa noite.
Um convite para o cinema.
Aquela festa com todos os seus amigos,
ou a balada com todos os meus amigos.
A vontade de ficar mais uns minutos, mais umas horas,
mais uns dias, ou uns meses.
Um trilha sonora.
Jantar miojo a luz de velas.
Ou apenas ouvir você dizer
"Como eu gosto de você".
Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
Ainda que o tempo passe
E que amores surjam.
Ainda que a vida cuide
E a felicidade venha
Essa saudade nunca tem fim.
Nunca haverá colo igual, sorriso igual, amor igual.
É a minha saudade infinita.
O maior e melhor amor do mundo.
Era de dor que eu falava. Lembra?
De saudade, de revolta, de angústia,
era de coração partido, de tristeza.
Daquelas lembranças que queimavam aqui dentro
e das lágrimas que não paravam, não paravam nunca.
Era de passado. Um passado nada, nada generoso.
E o medo bateu na minha porta, lembra?
Eu queria correr (ainda quero, às vezes),
eu queria escorregar (ainda quero, às vezes),
eu queria fugir (será que você me encontraria?).
Tentei a todo custo descobrir se ainda existia algum sinal de vida aqui dentro do peito.
Nada, nada, nada. Só um eco. Um vazio. Sem fim.
Era de lata, de pedra. Não batia.
Medo. Desde aquele chá. Vontade de sumir.
Mas você insistiu, lembra?
Não, não lembra, porque foram seus olhos que insistiram e nem te contaram:
Fica, não vai, eles disseram.
E eu fiquei,
mas pensei em correr incontáveis vezes.
Tracei até um plano de fuga.
Fica, não vai.
Eu fiquei, mesmo repetindo para mim mesma: você vai se machucar.
Acho até que escrevi isso na minha mesa de trabalho para lembrar todos os dias.
Mas eu fiquei.
Fiquei com esse beijo novo, com esse corpo novo.
Fiquei com esse cheiro novo, essa pele nova.
Com nossos abraços. Pode ser nosso?
Nossas risadas, nossa viagem, nossas conversas, nossos momentos.
Eu não sei o que é isso,
não lembro mais como é ser "nosso" e não "meu".
Mas sei que isso tudo é nosso, seja lá o que for.
Não sei para onde vamos e se vamos.
Só sei que se eu for, não quero ir só,
quero levar esse sorriso, quero levar esse bem estar.
Quero acordar como hoje e dormir como ontem.
E quando (se) chegar ao fim vou poder dizer que fui (sou) muito feliz.
Vou poder dizer que agora eu sei finalmente o que é gostar com leveza.
Dizer que eu amo é muito pouco para quem está do meu lado, não importa o que aconteça.
Lembrar da importância na minha vida não expressa o tanto que sou grata pelos momentos juntos.
Pelas risadas, pelas broncas, pelas lágrimas, pelos sorrisos, pelos abraços, pela saudade, pela distância, pela convivência, pelas palavras, pelas baladas, pelos lanches, almoços, jantares... é por tudo isso que digo que os verdadeiros amores da minha vida são meus amigos.
Aos antigos eu agradeço por me aguentarem por tanto tempo. Aos novos eu agradeço por gostarem apesar dos defeitos. A todos eu agradeço pelo carinho e atenção que recebo todos os dias da minha vida.
Vocês fazem a minha vida parecer muito mais fácil.
- Me ajuda a sentir saudade, contribua com a minha vontade de voltar...
- E como eu faço isso?
- Não suma. E me lembre das coisas boas que tenho aí.
- Nunca vou te deixar esquecer que você deixou aqui um sorriso bobo, uma saudade apertada e um coração feliz.
Metade mineira, metade amapaense, passei a vida escutando as pessoas fazerem brincadeirinhas com o Norte do país, sem conhecer nada sobre a região. Eu mesma conheço muito pouco.
No último final de semana visitei Belém e me encantei. Fiz questão de registrar minhas melhores impressões no Blog do Ministério do Turismo.
Confiram. O post e a cidade. <3
Basílica Nossa Senhora de Nazaré Foto: Erick Moreno
Lembro que no dia que me despedi, o sol brilhava como hoje. E o céu era de um azul tão intenso que parecia de mentira, o clima estava agradável e aquilo nem parecia um cemitério.
Passaram-se mais de seis anos até que eu tivesse coragem de fazer essa visita. O céu estava, novamente, dando seu show. O dia estava, novamente, lindo. E eu caminhei entre aquelas árvores como quem caminha em um parque, como se eu fosse encontrá-la sentada em um banco qualquer.
Parecia que eu já havia estado lá tantas vezes, cada passo que eu dava era uma fotografia na minha memória. Não tive dificuldades para achá-la. Talvez ela tenha guiado meus passos.
E ali passei alguns minutos, sentada na grama, olhando para a última lembrança que eu tinha de uma vida inteira de boas recordações. Eu, que a tanto tempo não rezo, comecei a contar meus últimos seis anos e tudo o que eu queria que ela tivesse presenciado. Eu, que nem sei mais em que acredito, pedi sua proteção, sua ajuda, seu cuidado.
Voltei por aquele longo caminho com o coração leve como há anos não sentia. E com aquela vontade enorme no meu coração de ser feliz, pois era disso que ela se orgulhava.
Não, meu amigo, esquece, ela não quer esse tipo de amor. Esse amor dependente, devoto. Não.
Ela quer ser admirada, não idolatrada. Ela quer alguém que caminhe ao seu lado, não alguém que só corra atrás.
Não, ela não quer, de jeito nenhum, que você mude seus sonhos por ela. Não quer que você viva a vida dela. Nem que você concorde o tempo inteiro ou faça todas as suas vontades. Ela não quer esse olhar de quem não enxerga quem ela realmente é, com um monte de defeitos. Nem alguém que a ache infalível.
Ela não quer ser responsável pela sua felicidade, pelo seu sucesso, pelas suas boas lembranças. Ela não quer dividir nada com você, quer alguém que some na vida dela. Não quer esse mar de rosas, essa vida colorida que você promete. Quer um oceano de águas agitadas, com marolas e ondas altas, com calmarias e tempestades. Quer uma vida com cores, mas com cenas em preto e branco também.
Ela quer alguém que faça rir acima de tudo. Que seja companheiro, mas que a conteste e a contrarie quando for preciso. Quer alguém que dê colo, mas dê bronca também. Que a deixe com saudade, de verdade, e depois mate essa saudade da maneira mais intensa possível.
Alguém que a ame e a desafie. E que tope fazer da vida a dois uma aventura.
É, gente, o Brasil perdeu. O hexa não veio, mais uma vez. E eu, que tanto não quis Copa, me rendi ao espetáculo. Religião? Não, se tem uma verdade nesse país é dizer que "o futebol é o ópio do povo", durante noventa minutos
Resisti até o último segundo. Não falei antes, não comprei ingresso, nem camisa eu tinha. Não durei um dia de Copa. Primeiro jogo estava eu lá, torcendo, sofrendo, querendo entrar em campo. Não consigo, a minha nação, a minha bandeira falam mais alto.
Mas eu também dei muita gargalhada, porque a Copa virou a Copa dos memes. Porque, enquanto meu coração estava apertadinho de tristeza pela seleção, meu celular não parava de apitar com milhões de imagens e vídeos engraçados sobre a nossa derrota. E aí, mais uma vez, foi uma gargalhada de orgulho, pela nossa capacidade de não nos deixar abater, de pegar os limões e fazer um deliciosa caipirinha.
Para o Brasil, acabou, mas a Copa ainda está aí. Como bons brasileiros ainda nos resta aquela secada saudável na Argentina, tri no Maracanã não dá. Ainda nos resta terminar a Copa do mesmo jeitinho que ela começou, sendo a Copa das Copas. Não porque a FIFA quer, mas porque nós fizemos isso.
E quando a Copa acabar, vai deixar uma saudade imensa no nosso coração. O Brasil não levou, mas nós, brasileiros, levamos, por tanta alegria e receptividade. Bem que a gente queria estatizar a FIFA, fazer Copa todo ano no Brasil, com turno e returno. Não dá.
Nós prometemos manifestações durante o torneio. E demos sorrisos, abraços, amizade, festa e alegria. Mas os problemas continuam onde sempre estiveram. Os aeroportos estão reformados e os estádios de pé, mas os hospitais e as escolas continuam precários. O transporte público continua não funcionando, a segurança então, nem se fala. Nossos políticos ainda são corruptos, nossa desigualdade ainda é das maiores do mundo. Nós ainda continuamos subornando policiais e furando filas. Ainda falsificamos carteirinha de estudante. Ainda trocamos votos por favores. Nosso país ainda é racista, homofóbico e machista. E, pior, nós, que sempre fomos acusados de passividade política e falta de engajamento, nem podemos mais ir às ruas exigir nossos direitos. Não, ao menos, sem ter que correr da polícia ou respirar gás lacrimogêneo. Viramos vândalos, criminosos, vagabundos.
Apesar de tudo, sabe o que essa Copa mostrou para mim? Que somos patriotas sim, somos muito patriotas. Somos patriotas com ou sem Copa. Nós fizemos a Copa mais linda da história, mas estivemos dispostos a abrir mão dela pelo país. A um ano atrás essa paixão que nos fez chorar diante da TV hoje, estava nos gritos de protesto que pediam transporte público mais barato, saúde, educação e exigia nosso direito de protestar. Isso é ser brasileiro. É essa paixão, essa vontade de mudar, de fazer diferente.
Não foi a Dilma, não foi o PT, não foi o Aécio, nem o Fred, nem o Zuñiga, muito menos o Felipão culpados pela nossa derrota. Aconteceu, não funcionou e isso é esporte. Não existem mocinhos e bandidos e precisamos parar com essa mania de procurar os heróis e o vilões. Precisamos parar misturar futebol e política, a Copa não vai decidir as eleições.
Faltam quase 80 dias ainda. Temos um monte de candidatos para analisar e debates para assistir. Amanhã a dor dessa derrota passa, mas vamos enfrentar uma batalha muito maior: decidir o futuro do nosso país. A minha sugestão é esquecer se você é azul ou vermelho, pegar a camisa verde e amarela e toda essa paixão pela nossa bandeira e amarrar nessa decisão. Vamos pegar esse nosso entusiasmo e esse orgulho de cantar "sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor" e colocar no nosso direito de exigir nossos direitos. Toda essa boa vontade que tivemos para receber os estrangeiros, vamos usá-la para cobrar nossos governantes, para escolher bem os que entrarão.
Vamos, vamos mostrar para o mundo que somos Brasil dentro e fora do campo!
Amo. Não um amor qualquer, desses que encontramos em qualquer esquina. Amo um amor único, verdadeiro.
Amo um amor desses que aguenta a distância, seja ela física ou não. Aguenta os chuviscos e as tempestades, só não aguento a indiferença.
Amo um amor que dá saudade, every single day, do abraço, da palavra, do sorriso. Um amor conformado, de quem pouco ou nada mais pode fazer, mas sente falta dezenas de vezes por dia.
Amo esse amor assim, inquieto, sofrido, que só quer estar junto. Em todos os momentos.
O que me encanta é gente bonita, mais por dentro que por fora. Gente que tem o coração grande e, mesmo que falte espaço, arruma um jeito de fazer caber quem precisa. Gente que ajuda até quando não pode, que abre os braços cansados, que perde noites de sono e ainda amanhece com um sorriso.
Gosto de quem fala olhando no olho, de quem tem atitude e assume o que sente. Gosto de gente que se expressa com o olhar e se declara com um toque. De gente que me faz ter ataques de riso e topa até programa de índio.
Me apaixono por sorrisos sinceros e abraços calorosos. Gosto de quem sabe dançar ou dança mesmo sem saber. De quem atravessa a cidade por um beijo, de quem faz chá quente.
Gosto, mas gosto mesmo de quem quer estar junto, mesmo que a distância.
Tudo bem se nada deu certo, se chegou até o fim é porque deu.
Tudo bem se você tiver que dar dois passos para trás, você já sabe como é lá na frente e viu que é melhor mudar de caminho.
Tudo bem se a sua vida parece jogada no modo shuffle, já, já ela acerta e aí quem vai querer reprodução aleatória é você.