Meu coração parou. Parou. Conforme eu lia aquelas palavras, letra por letra, não tinha mais certeza se elas não eram mesmo minhas. A sua vaidade me matava. Me mata ainda, dia após dia, todas as milhares de vezes que meu coração revisita tudo aquilo. O seu medo me corrói por dentro. Toda a sua perfeição me adoece. Seus vagos "eu te amo". Seus julgamentos cruéis e todo esse circo armado para parecer infalível, inatingível e inalcançável. Eu te vejo sufocando. Tentei te salvar inúmeras vezes dessas águas profundas que você se jogou desde sei lá quando. Mas você sempre preferiu mergulhar mais fundo, ainda que só falasse sobre a claridade e as cores das águas rasas. Não se engane, ainda te vejo aqui perto. Te vejo com a minha alma. Poderia ter dito que te vejo com todo o meu amor, mas as palavras não me saem mais. Amor virou apenas um conto, uma historinha de filmes bobos. Amor virou passado. Prefiro falar em generosidade. Ou não falar em sentimentos, apenas em alguma energia que ainda me liga a você. Que escuta seu pedido de socorro sufocado, calado, silencioso. Que sabe que uma hora você não vai dar conta, nem que seja no último suspiro de sua velhice.
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