É porque as pessoas sempre admiram dinheiro e poder. Aqueles caras que ganharam o primeiro milhão antes dos 30, ou a executiva forte e decidida, que, tão nova, já é diretora. Sua mãe fala do filho da amiga que comprou um apartamento em duas mil suaves prestações, ou a prima de décimo quinto grau que passou num concurso que paga vinte mil reais por seis horas de trabalho diário.
Mas a gente nem pode sonhar em dizer que nada disso nos atrai, né? Inveja, desleixo, você precisa tomar rumo na vida. Não dá pra continuar assim.
Assim... Feliz com meu cantinho de 33 metros quadrados? Satisfeita com meu emprego que me dá a dose ideal de responsabilidade e tempo livre que eu preciso? Relativamente bem por poder viajar, que é o que eu mais gosto nessa vida? Com tempo suficiente pra dançar, correr, malhar e estudar literatura inglesa? E tudo isso sem perder um fio sequer do meu cabelo.
Também não dá pra sair por aí contando que o que faz meus olhos brilharem é a amiga que larga tudo para ficar um ano viajando pela Ásia, ou o amigo que todas as suas posses cabem numa mochila, e sua maior preocupação é aprender a culinária típica de algum país, onde ele trabalha enquanto explora outras culturas.
Ai de mim se disser que, melhor que casar e ter filhos (pelo menos nos próximos anos), preferia largar tudo e viver com menos se isso me permitisse tirar anos sabáticos de tempos em tempos. Vai ficar en-ca-lha-da (porque mulher não fica solteira, encalha).
Provavelmente eu sou uma maluca, irresponsável mesmo, porque prefiro o menos para ter mais. Porque gosto de gente livre. Porque estou me lixando para o que pensam de mim, ou das minhas atitudes, faço o que me faz feliz.
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