Mais cedo ou mais tarde percebemos que o que nos faz sofrer
não é o amor perdido, é a necessidade de desapegar de uma ideia que
construímos. A ideia de um relacionamento, a ideia de uma pessoa.
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Não precisa achar que não valeu a pena, pensar
que perdeu tempo ou que todo o investimento foi em vão. Não foi. Você mudou,
mudou muito durante todo aquele tempo, provavelmente para melhor. Amadureceu,
aprendeu, cresceu. Experimentou coisas maravilhosas, sentimentos que não
conhecia, lugares, momentos, pessoas. Amou e foi amada, percebeu até onde você
consegue ir com alguém, até onde seu coração te permite embarcar em uma
relação. Nada, nada disso foi perdido, nada disso foi em vão.
O que acaba pesando no coração e na alma é a quebra de
expectativa. O abandono de tudo aquilo que, na nossa cabeça, já estava certo. Difícil,
difícil mesmo é desapegar de tudo o que construímos e sonhamos. É aceitar que
tudo aquilo que você viveu não existe mais e nunca mais voltará. Mesmo que
algum dia o destino, a vida ou uma incrível coincidência junte vocês
de novo, nunca será uma volta, mas um recomeço, com tudo novo, do zero.
E todo esse desapego exige um luto. Exige aceitarmos que um
dia você estará muito bem, no outro o coração estará tão pesado que mal
conseguirá se levantar da cama. Uma hora você vai achar que está curada, mas
minutos depois uma música, uma foto, uma lembrança fará com que as lágrimas
voltem. A vida é assim. Dizem que se leva seis meses para curar um coração
machucado. Então viver, e não apenas sobreviver nesses seis meses, é o melhor que
fazemos, para não passarmos a vida fugindo de um fantasma.
A gente só não pode mesmo é desistir. Aceite que tudo o que
você sentiu e viveu, está dentro de você e não da outra pessoa. Todo aquele
amor era seu, toda aquela disposição em investir e lutar, era sua. Mais cedo ou
mais tarde aquilo aparecerá de novo, com alguém melhor, que esteja disposto a
investir tanto quanto você, a entrar no mesmo barco, a compartilhar sonhos e expectativas.
Enquanto isso, a vida está aí te apresentando um monte de
possibilidades. Aproveite o momento: sinta muita raiva; chore; desabafe; fale
tudo o que está engasgado; mande SMS quando beber; chegue no fundo do poço;
reerga-se; reconstrua-se; beije bastante na boca; surpreenda-se; seja egoísta e
pense só em você; toque sua vida do jeito que você quer, sem precisar pesar a
expectativa de mais ninguém com relação a isso; avalie suas escolhas e
prioridades; teste-se; arrisque-se; provoque-se. Não há mal nenhum em fazer
tudo isso. Na pior das hipóteses você terá muita história para contar e um
coração curadinho para viver novos amores.
Que gostoso ler toda esta elaboração bem escrita de um coração que vai se curando nos encontros da vida - com os outros e, neste processo, consigo mesma. :)
ResponderExcluir<3
ExcluirLindo, lindo, lindo!!!!!!!!!!!! Como a Nanna disse, que bela elaboração, Carol! :) Mesmo. Você, aliás, é que é linda.
ResponderExcluirAmada, somos todas lindas =****
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