quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Mais um adeus



Eu gosto do jeito que você sorri e da sua capacidade de tornar qualquer história cotidiana um motivo para gargalhadas. Gosto da sua leveza e da sua coragem de se jogar no mundo atrás da felicidade.
 
Eu gosto do seu colo, do seu carinho, do seu abraço, da sua risada. Gosto da sua a sinceridade, da sua doçura e desse jeito estabanado que nos contamina quando estamos perto.

Eu gosto do jeito que você mexe no cabelo, da maneira como você sorri facilmente e de ver seus olhos brilharem sempre antes de uma nova aventura. Gosto do jeito que você segura a caneca com as duas mãos quando bebe o leite com Toddy antes de dormir, das nossas crises de riso de madrugada, da sua facilidade em sair sempre linda de casa.

Eu gosto das nossas fotos, das nossas viagens, das nossas lembranças. Gosto das nossas histórias e de saber o que você quer me dizer só no olhar.

Gosto de te ter por perto, mesmo que distante. De saber que você está a um toque de telefone e que seu colo sempre terá espaço pra mim. Mas eu também gosto de te ter longe e saber que você está atrás dos seus sonhos. 
 
Eu gosto de te ver feliz, de sentir sua voz animada e seu coração agitado. Gosto de ver essa paixão pelo novo que você carrega aí dentro. 

Eu definitivamente não gosto de te dizer adeus, essa é a parte mais difícil. Nem dessa dificuldade toda que sinto em colocar o que eu levo no peito pra fora. Não gosto de te ver ir com essa sensação de que a volta não será tão em breve, mesmo sabendo que uma hora isso aconteceria. Não gosto de olhar para esse abismo aberto entre nós e ter medo de que ele não feche mais. 

Eu gosto de poder olhar nos seus olhos e dizer: eu te amo. Amo esse amor sincero e insistente que só irmãos de alma podem ter.



segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Tempo

Fazem exatamente dois anos, dois anos que ela pisou naquelas terras pela primeira vez para viver a história dele. Parecia uma eternidade. Sua vida já estivera de ponta cabeça, ela já havia perdido e encontrado o rumo tantas vezes. O que acreditava ser o início de uma vida, era o começo do fim.

A praça, o museu, as comidas, o sotaque, por aquelas bandas, as marcas dele eram inevitáveis. As lembranças seriam sempre dos dois. O que havia passado mesmo era a dor. Consegui até enxergar um sorriso quando ela entendeu a nostalgia que ele sentia por sua terra natal.

Quando o celular apitou, avisando que hoje completava dois anos, ela poderia ter chorado, esbravejado. Mas deu um sorriso tímido com o canto da boca, respirou fundo e repetiu: que bom. Seu coração estava em paz por ter conseguido guardar com carinho as melhores lembranças.

domingo, 7 de setembro de 2014

Preciso de você



Hoje foi difícil segurar as lágrimas. Senti seu abraço, seu cheiro, seus beijos. Senti aquelas cócegas no pescoço quando você o beijava ou falava bem baixinho no meu ouvido. Senti suas mãos na minha cintura, seu calor no meu corpo.

Hoje te quis ao meu lado mais do que qualquer outra pessoa. Quis escutar sua voz, segurar sua mão. Quis seu sorriso, seu colo, sua alegria. Quis essa presença que me deixa tão em paz.

Hoje eu quis que o rosto que estava ao meu lado quando acordei fosse o seu. E que o beijo de bom dia viesse da sua boca. Quis ter perdido a hora simplesmente por não conseguir sair daquele nosso emaranhado de pernas, braços e vontades.

Hoje eu quis que aqueles braços fossem seus, que o colo fosse seu, os carinhos fossem seus. Quis que a presença fosse sua e as palavras saíssem da sua boca.

Hoje eu queria que essas lágrimas fossem simplesmente de saudade e não de tristeza.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Heartbreaker


Com os olhos inchados ele perguntava:
- Por que nós dois? Por que com a gente?

Não sei o que o fez pensar que eu teria essas respostas. 
Eu também não entendia: 
Não estava tudo bem a um segundo atrás? 

Não, não estava. 
Nós queríamos muito que estivesse, mas não estava. 
Ele estava lá, estava sempre lá, 
quando eu quisesse, quando eu precisasse. 
Já eu aparecia apenas quando me era conveniente.
Eu não sabia andar de mãos dadas, 
dar beijo em público, 
dormir de conchinha. 
Ele queria anunciar para o mundo: estamos juntos. 

Eu não queria saber da família dele, 
dos problemas dele, 
muito menos das angústias dele. 
Ele queria uma narração detalhada dos meus dias, 
das minhas ansiedades, 
dos meus sonhos. 

Eu não queria juntar minha vida em outra. 
Ele queria fundir nossas vidas, 
dividir os dias, 
repartir um futuro. 

Não, não estava tudo bem. 
Sente minhas mãos, estão frias. 
Sente meu corpo, gelado. 
Coloca sua mão aqui no meu peito, está oco. 
Não tem como estar tudo bem.