Sim, claro que te amo,
desde a primeira vez que te vi passar por aquela porta
e eu não sabia o que era que prendia meus olhos em você.
Te amei todas as vezes que você falava e meu coração disparava
e ainda mais no dia daquela cerveja.
Continuei te amando quando decidi me entregar a tudo isso
e você me acolheu tão bem, lembra?
E mesmo daquela vez que o não veio de mim
eu ainda te amava.
Era apenas medo.
Se tem uma coisa que eu sempre soube lutar foi contra meus medos.
Teve aquela vez do poema também,
você deixou sua vergonha de lado e colocou no papel.
Eu carreguei ele comigo e perdi.
Fiquei louca, fui atrás e achei.
Outro dia encontrei ele de novo, sem querer.
E lembrei como te amei muito quando a gente sorria
quando o dia era claro e o colo era tão aconchegante.
Mas te amei mais ainda quando as nuvens vieram,
quando eu me culpava por não entender onde eu estava errando,
quando eu sentia que estava lutando uma batalha muito difícil de ganhar.
E mais e mais quando o peso já estava impossível de suportar.
Te amei muito em cada lágrima e pedido de socorro,
em cada tentativa frustrada de te arrancar um sorriso.
Ah! E por falar em sorriso, quanta falta eu sentia dele
e de ver seu rosto iluminado como a primeira vez que te vi passar por aquela porta.
Desconfiada, sempre, isso era você,
mas misteriosamente iluminada.
Ah! E quanta falta eu sentia do abraço quentinho
que passou a ser tão protocolar.
Daqueles olhos que cintilavam quando me viam
e passaram a ser tão vagos e fugidios.
Mesmo assim, continuei te amando. Mais e mais.
Só que o amor virou prisão, sabe?
Eu moveria o mundo inteiro pelo teu sorriso.
Mas e o meu sorriso, onde tinha ido parar?
Se eu te amo?
É claro que eu te amo
e provavelmente seguirei te amando,
não vejo motivos para que seja diferente.
Mas eu me amo muito mais sem você.