Eu me perdi nas suas pernas, no seu peito, nos seus dedos. Eu me perdi na sua voz grave, no seu sotaque, nos seus elogios. Eu me perdi no seu cheiro, na sua barba, nos seus cabelos brancos.
Eu me perdi naquela primeira tapioca que você fez, indignado porque não precisava peneirar. Na sua terra precisa.
Eu me perdi no dia que descobri sua data de aniversário e no jeito que você me disse que não acredita em Deus, nem em signos, enquanto eu já estava na internet fazendo seu mapa astral.
Eu me perdi no momento que você disse que pra sempre não é pra sempre, e que a gente muda o tempo inteiro.
Eu me perdi quando você falou que não queria mais sair da minha cama e eu percebi que não desgrudamos a noite inteira. Detesto dormir de conchinha, eu havia dito.
Eu me perdi quando fechei a porta de casa e percebi que queria te impedir de ir embora. Nem lembrava mais a última vez que isso tinha acontecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário