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Meu único ato de coragem nos últimos tempos foi aprender a dizer mais "sim"
para a vida, antes de reagir com aquele "não" iminente. E foi
dizendo sim que eu descobri que a vida é muito mais simples do que eu
imaginava. Descobri que viajar sozinha para um lugar desconhecido com língua
desconhecida não é nenhum bicho de sete cabeças; que morar sozinha tem um monte
de contratempos, mas uma liberdade incomparável; que por mais que nosso coração
esteja em um lugar, é bom a gente se jogar em novas aventuras, a vida sem frio
na barriga não tem graça; que sorrir, conversar e se permitir conhecer pessoas
que não tem absolutamente nada a ver com a gente é extremamente gratificante e
enriquecedor; que experimentar uma comida nova é bom pra caramba; que ir a
lugares estranhos e diferentes pode ser muito divertido. Mas talvez o que eu
melhor tenha aprendido é que dizer sim para as nossas vontades é a melhor coisa
que existe. Parar de viver e de querer viver a vida do outro é mais do que
coragem, é crescimento, maturidade.
Eu resolvi, então, dizer sim
para a minha vida e assumir as consequências das minhas escolhas. Parar de
pesar demais os contras e apostar nos prós. E, olha só, descobri que na maioria
das vezes são os prós que contam mesmo. Mas quando os contras pesam mais, a
gente muda de novo, não tem nada de errado nisso. Ninguém fica me apontando na
rua quando eu mudo de ideia, nem quando eu desisto de alguma coisa. Por outro
lado, quem gosta de mim fica extremamente feliz quando vê meus projetos dando
certo, e isso é muito gratificante.
E é isso. 2013 termina de
viagem feita, alma lavada, casa nova, emprego novo, 18 km de
corrida completados e a vida muito melhor do que eu podia imaginar. Com muito
mais segurança de quem eu sou e do que eu quero pra mim, com muito mais vontade
de escrever o roteiro da minha vida, com a certeza de que posso corrigi-lo ao
longo do caminho, quando eu bem entender.
Coragem? Acho que não, só
resolvi tomar as rédeas da minha vida. Afinal, ela é minha, não preciso que
ninguém a conduza.
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