Ela era leve. Leve, colorida, sorridente.
Ele era pesado. Pesado, monocromático, carrancudo.
Por um tempo a leveza e o peso se equilibraram, as cores se misturaram e as expressões tornaram-se parecidas.
Por um tempo ela tentou colocar cores nele, não conseguiu. Tentou arrancar sorrisos, não conseguiu. E foi muito, muito pesada.
Enquanto ele não queria perder o peso, não queria cores na sua vida, muito menos sorrisos. Queria o que ele queria. Sem espontaneidade, sem emoções muito forte. Tudo sempre muito cinza, sem vida.
E ela, em sua luta, se perdeu de suas cores. Perdeu sua leveza e sentia o coração cada dia mais pesado. Perdeu seus sorrisos, sua espontaneidade e sua vontade de viver a vida.
Mas aí um dia, um belo dia, aquele dia que nos pensamentos dela seria o último de sua vida, ela renasceu. E suas cores voltaram, junto com seu sorriso. Ela tirou os pés do chão e reaprendeu a voar. E percebeu que não merecia ficar ancorada em um amor de duas mil toneladas.
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